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terça-feira, 18 de janeiro de 2011
Quixeramobim: Cidades sem estrutura operacional
Embora seja uma das regiões onde historicamente menos ocorrem chuvas no Estado, o Sertão Central não está estruturado para ações de assistência em calamidades. Nenhum dos Municípios possui equipes de Defesa Civil atuantes. A avaliação é feita pelo major do Corpo de Bombeiros, Naum Maurício Gomes, comandante da 4ª SB do 4º Grupamento de Bombeiros, com sede em Quixeramobim. Ele é o coordenador regional da Defesa Civil. A cidade esta situada numa das maiores bacias hídricas do Ceará. É cortada por dois grandes rios e dezenas de riachos.
O coordenador critica a atuação dos Conselhos Municipais. Geralmente estão desarticulados. Reuniões apenas quando surgem problemas graves. Poderiam ser evitados com a realização de ações preventivas. Ele cita o levantamento das áreas de risco como exemplo. Outras iniciativas úteis seriam o monitoramento dos riachos, bueiros e das construções irregulares nessas áreas. "Infelizmente, as pessoas não costumam dar muita importância à prevenção".
Discordância
O presidente do Conselho Municipal de Defesa Civil (Comdec) de Quixeramobim e coordenador neste Município, Marcos Machado, discorda do bombeiro militar. Segundo ele o mapeamento da cidade está levantado. As quatro áreas de risco são acompanhadas. Mas no momento não se configura nenhum quadro de intensificação das chuvas. A prioridade ainda é a estiagem. Ainda existem localidades necessitando amparo do carro-pipa para poderem consumir água potável. Esclareceu Machado, que chegando o inverno, o plano de contingência de Quixeramobim já está pronto. Além de locais definidos para evacuação das famílias, a Defesa Civil local possui até colchonetes e cobertores. As famílias afetadas pelas enchentes de 2009 foram cadastradas, estão recebendo habitações populares. Entretanto, das 23 casas cadastradas, até agora o Governo Federal liberou recursos apenas para a construção de oito. Cada unidade habitacional custa R$ 16 mil. "Também pagamos aluguel social para outras 11 famílias", acrescentou.
Crateús
Em Crateús, para o coordenador da Defesa Civil, João Bezerra de Sousa, a estrutura da Comissão no Município é deficiente. "Precisamos de estrutura adequada e necessária para estarmos aptos a atender à população em momentos de imprevistos e calamidade. Já solicitei várias vezes, mas não fui atendido". Sobre a estação chuvosa e em caso de enchentes, diz ainda que a Comissão possui um diagnóstico real da situação do Município e que conta sempre com a ajuda imediata da Guarda Civil Municipal e 40° Batalhão de Infantaria, além de outras instituições na cidade.
"Sabemos quais são as áreas de risco da cidade e na hora da necessidade mobilizamos as instituições e conseguimos atender". Mas lamenta: "Não basta só boa vontade, o ideal seria que tivéssemos um local para trabalhar, telefone, veículo, enfim, o mínimo de estrutura".
Fonte: Jornal Diário do Nordeste
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