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segunda-feira, 27 de abril de 2015

Especialistas divergem sobre estratégia de recuperação da Petrobras

Depois de divulgar prejuízo de R$ 21,6 bilhões em 2014 e perdas de R$ 6,2 bilhões com a corrupção e de R$ 44,6 bilhões com a má gestão de projetos, a Petrobras virou a página e iniciou uma nova era, segundo a presidenta Dilma Rousseff. Especialistas ouvidos pela Agência Brasil concordam que a empresa tem um grande desafio para retomar a rotina e superar as questões ligadas à Operação Lava Jato. Eles, no entanto, dividem-se em relação à melhor estratégia para a estatal se recuperar.

O principal ponto da divergência diz respeito ao papel da Petrobras como indutora de investimentos no Brasil. De um lado, está a necessidade de reduzir o endividamento da companhia, com abandono de empreendimentos e eventual aumento no preço dos combustíveis. De outro lado, há quem defenda a diversificação da atuação da empresa, com a reativação de projetos de refinarias. Nesse modelo, haveria forte presença do Estado na empresa, mas a administração estaria desvinculada de partidos políticos.

O economista Adriano Pires, diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura, considera o principal desafio da Petrobras superar o endividamento de R$ 351 bilhões, que ultrapassa o valor de mercado da companhia, R$ 172 bilhões. Caso a empresa fosse vendida hoje pelo valor de mercado, o montante arrecadado seria insuficiente para cobrir metade da dívida total. Para ele, a companhia não tem saída a não ser promover novos aumentos da gasolina e do diesel para recompor as contas.

Consultor Legislativo da Câmara dos Deputados e autor de vários estudos sobre o setor de gás e de petróleo, Paulo César Lima tem opinião diferente. Para ele, o cancelamento de projetos de refinarias e a especialização da companhia na extração de petróleo reduzirão a importância da companhia e prejudicarão o país no médio prazo. “A empresa enveredou pelo caminho do mercado. Não precisa investir nada em refino e certamente vai voltar a lucrar explorando as melhores áreas do pré-sal. Mas, para o país, esse é o pior cenário possível.” (Da Agência Brasil)

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