O pontífice nascido na Argentina disse que a Igreja, que no mês passado nomeou os membros de um grupo criado para tratar do escândalo, incluindo uma vítima dos abusos, deve adotar uma posição ainda mais rígida do que antes contra o escândalo que a assombra há mais de duas décadas.
"Sinto-me compelido a assumir pessoalmente todo o mal por alguns padres, bem poucos em números, (embora) obviamente não comparáveis ao total de padres, a pessoalmente pedir por misericórdia pelo dano que causaram por terem abusado sexualmente de crianças", disse o pontífice a membros de uma organização internacional de crianças católicas (Internacional Catholic Child Bureau).
O pontífice declarou que a Igreja punirá os sacerdotes responsáveis por abusos sexuais. Segundo Francisco, a Igreja não dará "um passo para trás" na forma como encara o escândalo de abusos no clero. "Temos que ser muito fortes. Com as crianças não se brinca", disse o papa.
"A Igreja está consciente disso... Danos pessoais, morais causados por homens da Igreja, e nós não vamos recuar um passo com relação à forma como vamos lidar com este problema, e as sanções que devem ser impostas... Ao contrário, nós temos que ser ainda mais severos. Porque você não pode abusar das crianças", assegurou.
Francisco disse ainda que em uma sociedade bem constituída, os privilégios só devem existir para as crianças e os idosos. "As crianças pois certamente levarão adiante a força da história. Os idosos porque são a fonte da sabedoria de um povo e têm que transmitir essa sabedoria".
Estima-se que milhares de crianças foram abusadas, entre as décadas de 1960 e 1990, sem nenhum tipo de punição aos sacerdotes. Os casos mais severos ocorreram na Irlanda e nos EUA. O Vaticano só admitiu esses casos no começo de 2014. (Do Diário do Nordeste)
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