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quinta-feira, 2 de abril de 2020

1 Minuto com Sérgio Machado – Coronavírus: Eleições municipais podem ser adiadas?

No Brasil e em quase todos os países do mundo, diferentes eventos já foram cancelados como parte de um esforço conjunto e indispensável para evitar que aglomerações de pessoas se tornem focos de contágio e contribuam para o avanço do novo coronavírus, que tem deixado um rastro de destruição por onde conseguiu se disseminar.

E na esteira desses cancelamentos pode estar as eleições municipais deste ano, que certamente serão afetadas se a crise for prolongada até setembro, mês em que deve ocorrer uma queda acentuada no número de novos casos confirmados da doença, como apontam as projeções mais otimistas do Ministério da Saúde.

Essa possibilidade tem sido ventilada por alguns prefeitos de diferentes partidos políticos, que defendem, com unhas e dentes, a ideia de um adiamento das eleições municipais para 2022, quando, segundo eles, elas poderiam ser realizadas juntamente com as eleições gerais para presidente e governador.

É claro que por trás dessa sugestão aparentemente desinteressada, muitos prefeitos estão, na verdade, alimentando um forte interesse em ficar mais tempo no poder, de modo a implementar novos projetos, aumentar a popularidade, fortalecer suas bases políticas e, assim, tentar garantir um novo mandato.

Mas não são só os prefeitos que defendem essa ideia. O presidente da Confederação Nacional dos Municípios, por exemplo, considera que é inevitável adiar as eleições por conta da epidemia do novo coronavírus. Na mesma direção, o ministro da Saúde entende que realizar uma campanha eleitoral nesse momento de crise seria uma tragédia para o país.

E por outro lado, mesmo que exista esse interesse da parte dos prefeitos em ficarem mais tempo no poder, ele não invalida a proposta de adiamento do pleito, que por si só é muito sensata, tendo em vista que podemos ainda estar enfrentando uma epidemia no segundo semestre. E uma prova dessa racionalidade é que os dirigentes partidários concordam com essa ideia.

E além da questão do calendário eleitoral, há uma questão de natureza econômica que terá bastante peso nesse debate, porque não parece uma atitude prudente realizar uma eleição de custos bilionários para os cofres públicos quando o nosso foco é evitar que o sistema de saúde entre em colapso.

Por isso, em face dessa conjuntura complexa provocada pela propagação do novo coronavírus, devemos sim discutir essa proposta, que se encaixa perfeitamente no cenário de crise que vivemos. Todavia, essa discussão deve ocorrer em outro momento, porque agora é a hora de reunirmos todos os esforços necessários para minimizar os impactos arrasadores dessa epidemia.

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