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segunda-feira, 4 de setembro de 2017

Quixeramobim precisa mesmo eleger deputados “filhos da terra”?

Com o título acima, acompanhe o editorial do site Repórter Ceará publicada neste domingo, 03:

O ano de 2018 ainda nem chegou e os políticos locais já estão discutindo a suposta necessidade que Quixeramobim tem de eleger “filhos da terra” para o cargo de deputado estadual. Os que defendem esta ideia argumentam que é preciso dar continuidade ao legado de políticos como Leorne Belém e Alfredo Machado, ambos quixeramobinenses que, quando eleitos para a Assembleia Legislativa, muito contribuíram com o desenvolvimento do município. Mas, deve ser esse o único critério utilizado pelos cidadãos de Quixeramobim na hora de escolher os parlamentares em 2018? A prudência sugere que não.

O discurso que vem sendo sutilmente construído e transmitido ao povo desmorona facilmente diante de uma reflexão crítica acerca dessa “necessidade” municipal. É preciso que se divulgue que o que define a atuação de um deputado em prol de um município não é, nem tanto, ter nascido neste. Prova disso é que tantos há que são filhos da terra e que não apresentam trabalhos relevantes em favor desta, enquanto outros que não nasceram no município se mostram incansáveis na luta pelo desenvolvimento local.

Os que evocam o legado de personalidades como os ex-deputados Alfredo Machado e Leorne Belém na tentativa de sustentar as próprias teses se esquecem de que esses homens não só nasceram em Quixeramobim, eles também eram políticos compromissados com os eleitores do município. O erro consiste em confundir a origem com a aptidão política. Quem garante que os filhos da terra desta geração terão a mesma desenvoltura e o mesmo compromisso com o município que aqueles tiveram?

Por trás dessa prática discursiva rasa, já surrada pelo uso, está escondido um jogo de interesses que objetiva a carimbar figuras do município como plausíveis candidatos para o pleito de 2018. Apresentar-se como parte do povo, ligando as fracas e/ou infundadas propostas a uma alegada identidade municipal, ajuda esses candidatos a conquistarem os almejados assentos da Assembleia Legislativa do Estado.

Os cidadãos de Quixeramobim devem estar atentos, não somente ao que sai da boca dos candidatos, mas também ao histórico destes. O compromisso com o eleitor e a aptidão política se revelam características muito mais determinantes da ação de um deputado do que a simples procedência. Por isso, é preciso analisar e escolher com cuidado os futuros representantes do município. Quão bom seria se os próximos deputados fossem, não só “filhos da terra”, mas também políticos aliançados com ela.

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