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quinta-feira, 15 de setembro de 2016

Artigo: Piauí, nosso Mestre

O articulista Elistênio Alves escreve sobre o aniversário do Mestre da Cultura de Quixeramobim, o Mestre Piauí

Um quixeramobinense que todo mundo conhece, esse é Antonio Batista da Silva, o Mestre Piauí, nascido em 15 de setembro de 1939, no Bairro da Maravilha. Aos 12 anos fez parte do primeiro Boi de Reisado da cidade, o Boi de Antonio da Mariáguida.

Ao longo dos seus 77 anos de idade, construiu uma grande e honrosa família. Criou com bravura todos os seus filhos, e a cada um, aos poucos, os inseria no Reisado. Era coisa de pai para filho. Antonio percebeu, ao longo dos anos, que criava uma família de artistas: músicos, intérpretes e grandes atores.

Homem de hábitos simples e simpatia singular. Nas horas vagas é ajudante em uma eletrônica, e nas horas ocupadas é o Mestre Piauí, que adotou o nome do Estado vizinho como seu, para ser diferente, para ser o Mestre cearense, piauiense.

O apelido veio por meio de vendedores de alho e cebola que vinham do Piauí vender seus produtos na cidade. Seu desejo era de seguir o rumo deles, pelo mundo como vendedor, mas o menino Antonio era muito servidor na família. Ajudava a mãe na lida do campo, adorava cavalos, e acabou não indo com os vendedores, mas de quebra ganhou o apelido de Piauí, e até hoje assim ficou.

Em 2007 teve título outorgado pelo Ministério da Cultura como Mestre da Cultura, sendo homenageado pelo então ministro Gilberto Gil, em passagem por Quixeramobim. Em 2012, lançou um CD e DVD, que conta a sua tradição. Mil cópias foram lançadas e integraram o Projeto TAC Casarão, com mediação e gestão de recursos do Iphan Ceará e concepção da ONG Iphanaq e Ponto de Cultura Patrimônio Vivo.

O CD possui 23 faixas, incluindo 3 de homenagem a partir do contexto da prática cultural, que agrega historicamente repertórios como as congadas e os pastoris. A gravação do CD aconteceu no estúdio da SM Publicidade, com mediação da Fundação Canudos.

Ultimamente enfrentou problemas de saúde, mas foi na dor que redescobriu seus verdadeiros amigos. Bravamente lutou com seu coração, que o fez pulsar novamente para dar continuidade à tradição. O bravo guerreiro continuou, e luta até hoje, aos 77 anos, sendo 65 dedicados a manutenção do que seus antepassados deixaram.

Por
Elistênio Alves
Graduando em Letras/Espanhol pela Universidade Federal do Ceará. Membro da Academia Quixeramobinense de Letras, Ciências e Artes (AQUILetras)

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