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quinta-feira, 18 de dezembro de 2014

Junior Coelho explica rompimento e questiona reviravolta na eleição da Câmara de Senador Pompeu

O atual vice-prefeito de Senador Pompeu, Júnior Coelho (PRP) concedeu entrevista ao Programa Repórter Ceará, da Rádio Campo Maior AM 840, na tarde de hoje, 18, quando falou de seu rompimento político com o grupo do prefeito Antonio Mendes de Carvalho (Vauires), do PT.

Acompanhado das vereadoras de oposição Márcia Zomin (PSB) e Lúcia Aquino (PSDB), Coelho disse querer deixar claro não por que rompeu, mas o porquê de ter apoiado o atual prefeito. Segundo ele, à época o município enfrentava uma situação política difícil, com o afastamento e a detenção de integrantes de toda a administração pública municipal, tendo por 14 meses sofrido uma grande intervenção, sendo administrado por outro grupo político.

Júnior disse reconhecer que o prefeito Antonio Teixeira (PT) fez muito pelo município e que, com sua detenção foi por diversas vezes visitá-lo e aos demais que estavam presos, sempre acreditando na inocência dos mesmos e que estes estariam sendo vítimas de uma injustiça.

Coelho declarou que a partir de conversas com Luizinho, ex vice-prefeito, também do PT, foi convencido de que ele e seu grupo seriam merecedores de uma nova chance e decidiu apoiá-los, começando aí a fazer um ‘resgate’ do grupo. “Rompi com todos e fiquei do lado deles”, disse. Durante a campanha, com Luisinho encabeçando a chapa e Coelho na vice, a justiça determina que Luisinho não poderia ser candidato. Automaticamente o candidato deveria ser Júnior, mas o grupo optou por Vauires, irmão de Luisinho e, à época vereador, decisão esta que Coelho acatou ‘com o intuito de fazer o melhor pelo município’, segundo frisa.

Após a eleição, porém, o vice-prefeito não teria tido condições de trabalho e resolveu sair do grupo: “Foi uma das melhores coisas que aconteceu na minha vida”, disse referindo-se ao rompimento que se deu praticamente nos primeiros três meses de governo, e acusando: “Começaram os desmandos logo no início da gestão”.

O vice-prefeito afirmou ter ficado calado até as últimas eleições, quando formou um bloco de oposição que saiu do processo eleitoral muito fortalecido. Segundo ele, a tendência é de que seu grupo e outros opositores ao atual prefeito reflitam e vejam como construir um nome que tenha propósito e queira resgatar o município de Senador Pompeu: “Pode ser até que não seja um de nós, mas que represente bem o município. Eu vou trabalhar para isso”, afirmou.

As contradições na eleição da Câmara
Atualmente com onze vereadores, a Câmara Municipal de Senador Pompeu realizou durante uma agitada sessão na última sexta-feira, 12, a eleição da nova mesa diretora para o biênio 2015/2016, que deu vitória ao petista Ailton de Areias. Segundo o vice-prefeito e as vereadoras de oposição, a eleição da mesa diretora foi fruto de uma forte articulação de lideranças do município ligadas diretamente à gestão municipal, as quais não tiveram os nomes revelados.

Júnior Coelho disse que os seis vereadores de seu grupo político, incluindo a então candidata a presidente Márcia Zomin, foram à Fortaleza dois dias antes da eleição e que até as 07 horas da sexta-feira, 12, a eleição da chapa estava garantida, tendo em vista que o grupo contava com seis dos onze votos da Câmara. Porém, no trajeto da capital cearense ao município, na manhã do dia 12, segundo ele, perderam contato com dois vereadores.

O vice-prefeito afirmou acreditar ser no mínimo suspeito a atitude dos parlamentares: “Isso dá para virar um filme. Éramos seis vereadores.Fizemos um encontro em Fortaleza, tínhamos os seis votos até o dia da eleição, e dois desses vereadores sumiram do mapa no trajeto de Fortaleza - Senador Pompeu [...] Eu nunca tinha visto uma coisa dessas. No final das contas, aqueles dois votos de uma hora para outra, passaram pro lado de lá. A única coisa que podemos imaginar é que neste percurso apareceu uma articulação muito forte. Você está na rádio todos os dias dizendo que aquilo está errado, você encaminha um documento para o juiz dizendo que não concorda com nada daquilo e na hora da votação aparece sem olhar para ninguém, com cabeça baixa e vota a favor da chapa contrária ao grupo?”, questionou.

Junior lembrou ainda que dez dias antes ao pleito da Câmara, os dois vereadores juntamente com outros quatro de oposição, procuraram o Ministério Público e o Poder Judiciário levando um documento assinado pelos seis vereadores denunciando os descasos na administração municipal.

O entrevistado afirmou ter apurado a mudança repentina de posicionamento dos vereadores, que não tiveram seus nomes citados durante a entrevista. A vereadora Lúcia Aquino lamentou a atitude dos parlamentares e disse que o grupo continuará fortalecido: “Perdemos uma batalha, mas não a guerra”, enfatizou.

Administração de Senador Pompeu
A vereadora Márcia Zomin explicou durante entrevista o cenário político administrativo do município: “Senador Pompeu é um município diferenciado, sua rotina faz parte das páginas policiais, no tocante da administração pública. É um cenário complicado porque nós tivemos no município um prefeito detido, que passou quase um ano preso, juntamente com a sua equipe administrativa, incluindo secretários”, disse.

Vereadora exercendo seu terceiro mandato e ex-presidente da Câmara Municipal, Márcia disse se basear na fiscalização da Controladoria Geral da União, do Ministério Público e no anseio da própria sociedade para averiguar supostos casos de desvios do município juntamente com outros parlamentares de oposição.

Segundo Márcia, Senador Pompeu é uma das cidades cearenses que apresentou queda no censo populacional, conforme dados divulgados pelo IBGE. “Essa situação é ocasionada devido a situação política/administrativa de Senador Pompeu. As pessoas estão indo embora do município principalmente pela falta de condições de serviços básicos para se viver [...] Senador se transformou em uma cidade sem comando, sem planejamento. Há mais de seis meses que os servidores públicos não recebem pagamento, além de atrasos no funcionalismo público. Virou palco de desmando”, afirmou.

De acordo com a parlamentar, todas as operações realizadas no país envolviam o nome do município cearense: “Gárgula I e II, Operação Província, Replay”, entre outras. Ainda de acordo com a vereadora, o CGU esteve presente na cidade em março deste ano e, na oportunidade, averiguou denúncias de desvio de verbas baseada na ação do Ministério Público.

Intervenção do MP
Márcia pede a intervenção do Ministério Público em Senador Pompeu: “A demanda é muito grande, os cidadãos estão perdendo a sua crença na política e na justiça. Nós fazemos uma oposição com muita responsabilidade. Temos embasamento, não fazemos oposição de perseguição. A gente procura analisar todos os fatos, fiscalizamos, procuramos a documentação para que possamos construir uma oposição transparente”, disse.

Fiscalização 
Lúcia Aquino, vereadora autora da primeira denúncia apresentada ao MP, que resultou na prisão do então prefeito Antônio Teixeira, confirmou a existência de casos de corrupção nas gestões de Senador Pompeu. “Não aconteceram hoje, nem começaram nos anos de 2008 e 2010, a corrupção ocorre desde o ano de 2005”, declarou. A parlamentar criticou obras inacabadas e denunciou que houve superfaturamento no transporte escolar do município: “O relatório da Controladoria Geral da União (CGU) comprova que o transporte escolar de Senador foi superfaturado no valor aproximado de R$ 620.000,00 em 2013”, apontou a vereadora apresentando um documento da CGU sobre o assunto.

Postado por: Jornalismo - Sistema Maior de Comunicação

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