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segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

ENTREVISTA COM O CANDIDATO: Marcos Cals

O sociólogo Marcos Cals é o provável candidato do PSDB à prefeitura de Fortaleza. Aos 47 anos, o sociólogo Marcos Cals exerceu seis mandatos de deputado estadual. No ano passado, candidatou-se ao governo cearense para ajudar o cacique tucano Tasso Jereissati, que tentava a reeleição como senador. Ambos perderam. Cals, no entanto, não se sente derrotado. Recebeu, então, 200 mil votos em Fortaleza. É com esse capital que ele pretende enfrentar a uma provável aliança entre o PT da prefeita Luizianne Lins e o PSB do governador Cid Gomes. “A aliança é inevitável, mas a população está percebendo que é preciso melhorar a gestão de Fortaleza”, disse, em entrevista ao jornalista Felipe Patury. Filho de César Cals, coronel que foi governador, senador e ministro durante o regime militar, Marcos Cals espera a campanha fazendo um mestrado em administração pública.

O senhor já pode afirmar que será candidato a prefeito de Fortaleza pelo PSDB? Não. O que o PSDB definiu até agora é que terá candidato próprio. Existe uma movimentação na militância em torno do meu nome. Tenho aproveitado a oportunidade para visitar alguns bairros e sentir a receptividade ao meu nome.

Existem outros pré-candidatos no PSDB? Temos outros bons nomes, como o do deputado estadual Fernando Hugo, que teve uma votação expressiva em Fortaleza, o ex-vice-governador Maia Júnior e Pedro Fiúza, que foi candidato a vice-governador na minha chapa. Mas, até junho, o mais importante é discutir se teremos um candidato com uma coligação maior ou menor. Estamos começando a discussão sobre quais partidos irão compor nosso arco de aliança.

Com que partidos? Naturalmente, o PSDB preservará a cabeça de chapa. Não temos compromisso, mas estamos conversando com o DEM, o PPS, o PTC, o PP e o PR.

O PSDB dominou a política cearense por longo tempo, mas nunca administrou Fortaleza. O que o faz pensar que pode ganhar a eleição neste ano? Não. Em algumas eleições, ele marcho apoiando outros partidos. O PSDB tem tanta aceitação que, apesar das pesquisas dos grandes institutos apontarem que eu tinha 7%, 8%, 9% da preferência do eleitorado para governador, eu tive mais de 20% dos votos. Isso mostra que eu obtive 200 mil votos. Se o PSDB não tivesse aceitação popular, porque a população votaria em um candidato do partido que concorria em chapa pura?

A aliança entre a prefeita Luizianne Lins (PT) e o governador Cid Gomes (PSB) é tida por muitos como imbatível. E eu não estou contando com divisão nessa aliança, não. Eles vão se compor. Estão divergindo agora porque Cid está tirando algumas barreiras do caminho para garantir que a prefeita apoiará o candidato que ele escolher para sucedê-lo em 2014.

O senhor considera, então, que suas chances de vitória são remotas? Não, porque a atual a administração já mostrou que é incapaz de transformar a vida das pessoas em Fortaleza. O governo municipal e o governo estadual são ocos. Só têm a capa. O povo tem essa percepção. Tanto é que a prefeita ao discursar no Réveillon numa festa que ela estava patrocinando recebeu a maior vaia da história do Ceará, quem sabe do Brasil. É só ver no Youtube. Em 2011, a prefeita gastou R$ 30 milhões em publicidade e, no último dia do ano, quando vai aferir sua popularidade, ela é vaidada. Como é que pode?

Também imaginava-se que Luizianne estava em baixa há quatro anos, e ela se reelegeu. Luizianne é boa politica, é bacana, boa de se conversar, mas não tem capacidade de gestão. Cada um tem seu perfil. Esse é o dela. Já o PSDB tem dificuldade de fazer oposição. O PSDB cearense é de oposição ao governo federal, ao estadual e ao municipal. Mesmo assim, só agora está aprendendo o que é oposição. Nossa virtude é a capacidade de gestão.

O que o senhor dirá em sua campanha? Estamos discutindo o plano de governo. Não posso por o plano de governo na rua antes do tempo. O que posso dizer é que gostaríamos de ter a oportunidade de mostrar a capacidade de administrar que nós do PSDB temos. Estou inclusive fazendo um curso universitário de especialização em gestão pública. Estou justamente me preparando para mostrar, se o povo me der oportunidade, como se faz uma prestação de serviço de qualidade para a população. O principal é dar eficácia aos serviços da prefeitura de Fortaleza.

O senhor já conversou com o PSDB nacional sobre sua candidatura? Ainda não. Isso só vai ser discutido no fim de janeiro, início de fevereiro, quando falaremos não só de Fortaleza como das candidaturas no Ceará inteiro.

Postado por: Jornalismo - SMC/Fonte: Revista Época

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