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sábado, 30 de maio de 2009

Águas que rolam, verdades que vêm à tona

Está no noticiário para quem quiser ver. É só chegarem as chuvas que começa o caos: inundações, desabrigados, buraqueira nas estradas e também nas vias urbanas, pontes que se rompem, asfaltos que dissolvem como se feitos de “sonrisal”, promessas de melhora e uma verdade da qual não devemos nos distanciar: cada vez mais a falta de planejamento das construções , sejam elas públicas ou privadas e o desrespeito ao meio ambiente estão fazendo a cada ciclo de chuvas mais e mais vítimas.

A devastação da vegetação das encostas e das margens dos rios favorece os desabamentos e as inundações, construções que invadem o curso desses rios agridem o meio ambiente e põem em risco a população, cidades mal planejadas, onde não há por onde as águas escoarem ou bueiros totalmente obstruídos pelo lixo que se acumula dia a dia. Cada um de nós conhece bem esse cenário.

Nas nossas casas, quando se aproxima o período das chuvas nos preparamos, fazemos reparos no telhado e em toda estrutura física, atitudes que se aplicadas pelo poder público poderiam evitar grandes catástrofes. A nossa bela Fortaleza está esburacada, assim como nossas cidades e muitas rodovias estaduais e federais país afora. Municípios totalmente ilhados, pontes e passagens molhadas que rompem todos os dias: Força das águas, erro de cálculo ou má aplicação do dinheiro público que faz a alegria das construtoras? O que dizer das operações tapa-buraco, dos asfaltos que muitas vezes não sobrevivem sequer a uma neblina? E da falta de fiscalização dos órgãos públicos responsáveis pelas edificações?

Quem constrói em área de risco é a população carente, desassistida pelos programas habitacionais, sem direito fundamental de uma moradia digna. O poder público não só deveria fiscalizar e impedir essas construções, como atender as demandas de habitação da população.

Por trás de toda calamidade existem responsáveis sim, e muitos. Nós cidadãos que não temos uma educação de qualidade que nos ensine a respeitar, proteger e conservar o nosso meio ambiente e o poder público. Certo é que a culpa, sem dúvida não é das chuvas, apesar delas estarem caindo em maior quantidade que o esperado. Por falar nisso, agora a chuva é justificativa para não fazer. Não se tapa buraco, não se conserta estrada, não se dá aula, não se paga servidor público ou fornecedor por causa da chuva! É, estamos realmente vivendo tempos de calamidade pública. Calamidade esta que está principalmente na forma como é gerida a coisa pública, sem o zelo devido por parte daqueles que tem a obrigação de cuidar do que é de todos nós.

A calamidade pública é um desastre para uns, salvação para outros. Diante desse estado pode-se contratar pessoas, serviços e obras sem licitação, uma brecha na legislação para que em muitas situações maus gestores associados a empresários inescrupulosos tenham acesso rapidamente a verbas públicas para construção de obras de má qualidade, que não resistem o tempo devido, trazendo à tona em curto ou médio prazo os velhos problemas de volta, num ciclo vicioso de se fazer mal feito para se fazer sempre e garantir o seu.

De vítima esse enredo tem a natureza, mortalmente ferida e a população já calejada de tanto sofrimento. De resto, só os culpados de sempre. A história se repete sempre com os mesmos personagens.

Aviso aos navegantes: Fiquemos atentos, pois vivemos tempos de grandes mudanças climáticas. Já não dá mais para se construir barragens para não encher, asfalto para não molhar, calçamentos para não se transitar, pois as águas vão rolar e virão à tona novamente as marcas da negligência.

Um comentário :

  1. Parabéns ao Quixeramobim Agora, Seu artigo leva-nos a refletir e questionar sobre os problemas que afetam nossas vidas e que não recebem o devido crédito das autoridades do poder público.

    Fabio de Oliveira
    fabioc.acoes@hotmail.com
    fabio.oliveira08@hotmail.com
    http://quixadaenoticias.blogspot.com/

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