Instituto que substituirá Compartilha foi criado em janeiro de 2021 em Quixeramobim

Com sede na Rua Dom Quintino, número 346, no Centro de Quixeramobim, o recém criado Instituto de Gestão Hospitalar e Saúde (IGHS) deve ser a próxima Organização Social da Saúde (OSS) a gerenciar o Hospital Regional Dr. Pontes Neto (HRDPN) e a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do município.

A decisão de mudança na gerência parte da Prefeitura Municipal de Quixeramobim, que tem a frente Cirilo Pimenta (PDT). O gestor chegou a afirmar, ainda em 2020, que uma de suas primeiras atitudes em 2021 seria retirar o Instituto Compartilha, que foi contratado na gestão anterior (de Clébio Pavone). O Instituto Compartilha, antes Sameac, começou suas atividades em 1955, através de uma campanha popular para a construção da primeira maternidade de Fortaleza, denominada posteriormente Maternidade Escola Assis Chateaubriand (Meac). A reportagem entrou em contato com o Compartilha para confirmar sua saída do município, mas não obteve resposta até o fechamento da matéria.

Em recente entrevista à SerTão TV, Deodato Ramalho, advogado da instituição, revelou que o município possui débitos com o Compartilha, que compreendem os primeiros meses do ano de 2021. A briga jurídica entre a administração de Cirilo e o Instituto Compartilha ocasionou atrasos salariais dos funcionários das duas unidades.

Apesar de não ter ocorrido nenhum comunicado oficial da Prefeitura ou publicidade sobre uma importante decisão de mudança na gerência das principais unidades de saúde da cidade (já que trata-se de um eventual contrato milionário), conforme apurado pela reportagem, o novo instituto já iniciou a contratação de funcionários.

O caso que chama atenção na contratação do IGHS é quanto sua experiência na atividade. De acordo com seu Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas (CNPJ), a instituição foi criada em 05 de janeiro de 2021. Não é possível encontrar nenhum site do instituto, bem como, seu histórico de trabalho e experiência em outras unidades de saúde no Ceará. Para o montante que o IGHS deve receber, seria plausível a justificativa de experiência comprovada. É aguardado ainda um pronunciamento público por parte da instituição.

O IGHS tem ainda como atividade principal “apoio à gestão de saúde”. Em seu CNAE (Classificação Nacional de Atividades Econômicas), ele pode ainda exercer atividades secundárias como: Fornecimento e gestão de recursos humanos para terceiros; atividades de apoio à educação, exceto caixas escolares; outras atividades de atenção à saúde humana não especificadas anteriormente e serviços de assistência social sem alojamento.

Outro detalhe, não muito importante, mas que chama atenção, foi o fato de curiosamente o nome do novo instituto se assemelhar ao do ISGH. Vale lembrar que o Instituto de Saúde e Gestão Hospitalar (ISGH) é responsável por gerir o Hospital Regional do Sertão Central (HRSC), de competência do Governo do Estado, portanto, nada tem haver com o IGHS.

Em outra pesquisa é possível identificar que o presidente do Instituto é o médico João Pereira Torres Filho, que apesar de ser natural do Estado do Pará, recebeu título de cidadão quixeramobinense proposto pelo vereador Idelbrando Rocha (PSD), em 2018.

Dentre algumas vantagens que os municípios têm em contratar uma Organização Social de Saúde (OSS), é que se consegue autonomia administrativa na gestão de recursos humanos, financeiros e materiais, ou seja, mais flexibilidade na contratação e gestão de pessoas, além de outras situações, como agilidade na aquisição de medicamentos e insumos.

Do Repórter Ceará