Eu gostaria de começar o minuto de hoje convidando você que me acompanha através do rádio, da Tv ou das nossas plataformas digitais, a fazer um rápido e simples exercício de reflexão.
Em primeiro lugar, eu preciso que você pare tudo que estiver fazendo e pense um pouco nos acontecimentos das últimas semanas… A indústria e o comércio foram quase completamente paralisados; as pessoas estão sendo orientadas a não saírem de suas casas; milhares de mortes já foram contabilizadas; os cemitérios estão abarrotados; e os leitos de UTI se aproximam da lotação.
Todos nós concordamos que isso que eu acabei de descrever não são situações com as quais a gente se depara no dia a dia com grande facilidade. Pelo contrário! São acontecimentos que indicam que estamos vivendo tempos em que a ordem das coisas foi bruscamente alterada. E diante dessa constatação, a pergunta que me resta fazer é a seguinte: se é verdade que os tempos são anormais, como é que podemos continuar vivendo como se tudo estivesse dentro da normalidade?
Pergunto isso porque o que temos visto nos últimos dias é que muitas pessoas estão vivendo como se nada estivesse acontecendo. Saem de casa a toda hora, não respeitam as regras de distanciamento social, não tomam o devido cuidado com a higiene das mãos, não usam os equipamentos de proteção individual, promovem encontros em suas casas e lotam farmácias, mercados e agências bancárias.
O que será que nos faz acreditar que podemos descumprir as recomendações das autoridades sem que isso gere um risco para a nossa saúde e de toda sociedade? O que nos faz pensar que o mal que acomete outros não tem potencial para nos abater também? O que nos faz acreditar que a grave situação que hoje muitas cidades enfrentam não será enfrentada por nós também?
Acredito que não é necessário dizer que o meu desejo é que isso jamais aconteça, mas o meu papel como jornalista é informar que alguns dados indicam o agravamento da situação. Os casos de coronavírus em Quixeramobim, por exemplo, mais do que dobraram em apenas uma semana, e já temos o triste registro de duas morte. Os leitos de UTI no Estado estão praticamente lotados e no nosso município há pelo menos seis profissionais da saúde que se encontram infectados.
E o mais triste e revoltante disso tudo é saber que, ao mesmo tempo em que o coronavírus avança, a imprudência do nosso povo avança também.
É tempo de assumir a responsabilidade consigo e com o outro. A vida em sociedade requer de cada um de nós o compromisso firme com o bem estar individual e coletivo. Quando decidimos ficar em casa e seguir as recomendações das autoridades de saúde, estamos contribuindo para reduzir a taxa de propagação do vírus, evitamos a sobrecarga dos hospitais e ainda ganhamos tempo até que uma vacina ou medicamento eficaz sejam encontrados.
1 Minuto com Sérgio Machado
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