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sexta-feira, 20 de março de 2020

“Ninguém estava preparado para ficar mais 15 dias em um país estranho”, relata quixeramobinense preso no Peru

Um grupo de brasileiros não consegue sair de Cusco, no Peru, para o Brasil. A informação foi repassada através de relato do cearense, de Quixeramobim, no Sertão Central, José Weckley, que está na cidade peruana, para a SerTão TV, no programa SerTão Conta Mais, na manhã desta sexta-feira, 20.

Weckley relatou que hoje partem dois voos de Lima, capital peruana, da Latam e da Gol, a fim de trazer passageiros brasileiros das duas companhias aéreas de volta para o Brasil. Sky Airline e Avianca são as outras duas empresas que operam voos entre os dois países.

“O Ministério do Turismo, a embaixada do Brasil no Peru e o próprio Itamaraty pedem que a gente aguarde mais informações, porque continuam negociando com as companhias […] A Avianca, companhia que fiz o voo do Brasil para cá, não se posiciona e não atende na Central de Atendimento ao cliente”, informou o cearense.

Ainda de acordo com Weckley, o seu grupo, formado por um amazonense e um paulistano, conseguiram se reunir com outros brasileiros, que estão se dando apoio no Peru: “Nós estamos nos ajudando com hospedagem, dinheiro e comida, na medida do possível […] Tem, mais ou menos, 157 brasileiros em Cusco aguardando resgate das mais diferentes companhias aéreas e o retorno da embaixada.”

“Não podemos pegar um carro e ir pra fronteira, porque não tem. Há três dias o governo peruano publicou um decreto supremo, onde tem um toque de recolher às 20 horas, valendo até às 5 horas, além da proibição de circular veículos particulares. As linhas de ônibus públicas só circulam dentro das cidades. Então, não há transporte intermunicipal. Não daria para ir até a fronteira para entrar no Brasil pelo Acre, porque não tem veículo para se locomover”, relatou.

Diante da situação, o cearense ainda comentou que os brasileiros não possuem contato direto com nenhuma autoridade e que as respostas do governo são repassadas através de notas.

“Ninguém estava preparado para ficar mais 15 dias em um país estranho, pagando hospedagem cara, alimentação cara. Aqui, 1 sol (moeda peruana), vale R$ 1,50. É muito complicado”, frisou Weckley.

Do Repórter Ceará (Foto: Arquivo Pessoal)

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