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quarta-feira, 25 de julho de 2018

Evidências da presença de água líquida em Marte são descobertas por pesquisadores com uso de radar

(Foto: Davide Coero Borga/INAF/ESA via AP)
Pesquisadores italianos anunciaram nesta quarta-feira (25) que há indícios de presença de água líquida em Marte. Segundo dados coletados por um radar da Agência Especial Europeia (ESA), há um "reservatório" de água líquida repousando abaixo de camadas de gelo e poeira na região polar sul do planeta vermelho.

A descoberta levanta a possibilidade de que se encontre vida no planeta, já que a água é essencial para a existência de organismos vivos. Os cientistas tentam há muito tempo provar a existência de água líquida em Marte. O estudo de pesquisadores, a maioria ligada ao Instituto Nacional de Astrofísica da Itália, foi publicado nesta quarta na revista "Science".

A confirmação científica sobre como deve ser esse líquido – doce ou salgado – deverá demorar, de acordo com o doutor em astronomia pela USP, Douglas Galante. Ele diz que para conseguir isso, precisamos perfurar o solo do planeta em uma profundidade que ainda não estamos preparados.

"A certeza vai existir só quando formos lá em Marte com uma sonda perfurar e medir", disse Galante. O trabalho foi feito com a ajuda do radar da sonda Mars Express, lançada em 2003, que mediu a quantidade de água na geleira. Os dados foram coletados entre maio de 2012 e dezembro de 2015.

As próximas missões até o planeta vermelho, como a Mars 2020, deverão fazer perfurações, mas não conseguirão chegar a esse novo reservatório descoberto – os instrumentos conseguem se aprofundar apenas alguns metros, e seria necessário chegar mais fundo.

Profundidade incerta
Outra questão é que o estudo não determina a profundidade exata do reservatório. Isso significa que os cientistas não puderam especificar se é uma piscina subterrânea, algo parecido com um aquífero ou apenas uma camada de lodo.

"Em comparação com os lagos terrestres, é um lago pequeno com seus 20 quilômetros de diâmetro. Mas não conseguimos saber a profundidade porque a água atenua o sinal do radar", disse o astrônomo autor do estudo, Roberto Orosei, em entrevista para a BBC. (Do G1)

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