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quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015

Direto ao assunto: "Serra gaúcha: Um roteiro além do tradicional, uma aventura cheia de ensinamentos"

Visitei recentemente a região Serrana do rio Grande do Sul, onde mais do que me deslumbrar com as paisagens belíssimas de Gramado, Canela, Carlos Barbosa, Bento Gonçalves e Nova Petrópolis, pude conhecer um pouco da cultura daquela região que tanto tem a nos ensinar. De início, fiquei feliz em poder ter acesso a um Rio Grande do Sul menos midiático, fora do Festival de cinema de Gramado, do tão badalado Natal, eventos nacional e internacionalmente conhecidos.

O Rio Grande do Sul que me encantou foi o que se descortinou para mim num roteiro não muito tradicional. De um extremo a outro do País, muitas são as diferenças que encontrei. Por vezes me pareceu estar em outro País até me deparar com as mazelas tão comuns que fazem esse Brasil. Um desses pontos é a política. Lá, como aqui, também há desmandos, sem dúvidas. Mas há, inegavelmente, naquele povo uma postura, uma conscientização e uma forma de relacionar-se enquanto cidadãos que muito me agradaram.

As cidades são bem cuidadas, sem buracos, sem lixo. As pessoas respeitam o espaço público, não se vê ninguém jogando sequer um papel de bala nas ruas. Nas praças, adultos, crianças, adolescentes e idosos convivem em harmonia, vivem a cidade que se torna realmente um espaço de convivência. Há pessoas praticando esportes, jogando bola ou conversa fora, há uma atmosfera de bem-estar, há prazer em - simplesmente- caminhar ou observar a paisagem urbana.

Diferentemente do clima de insegurança e caos de Porto Alegre, aquelas cidades preservam índices baixíssimos de violência. Poder caminhar sem estar sob constante risco de assalto é uma sensação de liberdade e de dignidade enquanto ser humano e cidadão que, confesso, há muito eu não sentia. O trânsito é organizado, as pessoas solícitas, o pedestre e as regras de tráfego são respeitados. Lá, atravessar uma faixa de pedestre, ao contrario de Quixeramobim, não é uma atividade de risco, observou um conhecido ao ouvir meu relato.

E o que torna aquela região tão especial, além do clima e da paisagem? As pessoas, sem dúvida. O sentimento de responsabilidade, o exercício da cidadania, a consciência do papel que cada indivíduo deve desempenhar na sociedade, o protagonismo social. Conversei com muitas pessoas e percebi o quão proativas elas são. Não esperam o poder público, fazem daquelas cidades o que são graças, principalmente, ao trabalho, ao empreendedorismo e ao orgulho de ser o que são o orgulho de suas raízes, de sua história, o que se pode observar facilmente na arquitetura tão bem preservada, na culinária, enfim, em tudo que se faz.

O ainda renegado turismo rural me pôs em contato com algo ainda mais revelador daquela gente forte e trabalhadora que colonizou aquele pedaço do Brasil. Nas fazendas, a hospitalidade das famílias e a produção de diversas culturas me encantaram. Pequenas propriedades tão produtivas, tão respeitadas, em detrimento de muitas que temos aqui, esquecidas, improdutivas ou subprodutivas que obrigam as pessoas a irem buscar nas cidades a produção vinda de outras regiões, quando poderiam produzir no campo, nos seus próprios torrões, a maioria dos produtos que consomem.

A região serrana do Rio Grande do Sul me encantou sim, me mostrou como somos diferentes, mas ao mesmo tempo me despertou para a importância da compreensão dessas diferenças e a necessidade de aprendermos, de trocarmos experiências, conhecermos lugares, ouvirmos pessoas. Uma viagem pode, sem dúvida, ser apenas um passeio ou se transformar num grande aprendizado. E essa, para mim, foi muito rica. Temos sempre muito a aprender e viajar é uma forma prazerosa de fazer isso.

Por
Sérgio Machado
Radialista

Postado por: Jornalismo - Sistema Maior de Comunicação

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