Quixeramobim já chegou a ser referência em pavimentação. Os calçamentos eram planeados, sem ondulações, fácil de trafegar, mas a cidade recentemente passou por uma obra de saneamento básico, que contribuiu para o esgotamento sanitário das residências, porém, aquilo que era considerado bom, tornou-se um transtorno. Ruas como Benjamim Barroso, Pedro Teles de Menezes, Paulo Sarasate, Rua da Cruz, Antonio Conselheiro, Eliziário Pinheiro, Antonio Saraiva, Princesa Isabel, e José Campos Torquato estão irreconhecíveis se comparadas com seu estado há quatro ou cinco anos atrás.
A quantidade de reclamações em relação aos desníveis aumentou consideravelmente após as obras de saneamento básico realizadas pela empresa Cosampa na cidade. Há locais em que os desníveis são gritantes. A Avenida Geraldo Bizarria de Carvalho, que dá acesso ao Distrito Industrial, bem como ruas que tiveram seu calçamento construído há anos, como a Américo Militão e a Benjamim Barroso, ficaram com sérios desníveis. A população também alerta para a qualidade dos calçamentos estão sendo construídos. Muitos alegam que falta a utilização de materiais mais resistentes na pavimentação. A principal via de acesso à Fábrica de Calçados pelo Conjunto Esperança, a Avenida José Gonçalves Pinheiro, construída recentemente, também apresenta danos no calçamento.
Durante uma semana a equipe de jornalismo do SMC percorreu as principais ruas e pontos da cidade e preparou essa reportagem especial sobre a situação dos calçamentos, em Quixeramobim. Conversamos com moradores, mototaxistas, comerciantes, vendedores ambulantes e taxistas.
Transitar pelas ruas de Quixeramobim é um exercício de paciência. Nas conversas que nossa equipe teve com os mototaxistas, a opinião geralmente é a mesma, de que a situação dos calçamentos é muito ruim. Para o mototaxista Hélio Oliveira, precisa haver melhora urgente na malha viária: “Não está prestando, é buraqueira demais. Esse negócio acaba com nossos transportes e a gente não tem nem condições de ajeitar”. Indagado sobre quais ruas ele destacaria como as piores para trafegar, o profissional foi enfático: “São todas!”.
Outro mototaxista, José Filho, afirma que com as chuvas a situação ficou ainda pior: “De vez em quando nós somos surpreendidos com um pneu cortado, com uma peça da nossa moto quebrada. Isso só nos traz prejuízo”.
O nível dos bueiros é outro motivo de reclamação da população. Um deles, situado na Rua da Cruz, no centro da cidade, foi apelidado por internautas como o “Vulcão da Rua da Cruz”, devido ao seu relevo que provocou um grande desnível no calçamento, “dividindo” uma das faixas da rua em duas e está, como muitos outros espalhados pela cidade, causando danos aos motoristas, principalmente de veículos de passeio, que tem a suspensão mais baixa.
Outro problema que persiste é a deterioração de trechos do calçadão utilizado por pedestres e ciclistas. No trecho localizado no Bairro José Aírton Machado (conhecido por Bairro Rodoviária), às margens da Avenida Geraldo Bizarria de Carvalho, devido a buraqueira, os ciclistas são obrigados a deixar de trafegar na ciclovia para circular no espaço destinados exclusivamente aos pedestres, causando risco de acidentes e muitas reclamações.
O Conjunto Esperança é o bairro com maior número de reclamações. A situação do calçamento próximo à Caixa D’Água do bairro chama a atenção, mas o problema dos calçamentos e do esgotamento sanitário do bairro persiste há anos. Ruas como a Antonio Pereira Santiago apresentam não só buracos em sua extensão, mas também esgoto a céu aberto. Na Rua Wellington Lima, populares chegaram a colocar um galho de árvore para sinalizar um buraco, na tentativa de evitar que os transeuntes sofram acidente.
Algumas ruas de bairros como Jaime Lopes, Cohab, Vila São Paulo, Maravilha, Planalto Sabonete, Monteiro de Morais e Pompéia, também tem registrado frequentes reclamações de populares. Dona Rita Catolé, de 65 anos, reside há 48 anos na Rua Princesa Isabel, no Bairro José Aurélio Câmara e relatou a decepção em ver o calçamento de sua rua deteriorado: “Do tempo do ‘Seu Chico Calçamento’ não tinha isso não. Era um calçamento maravilhoso, mas veio ficar assim depois que fizeram esse negócio dos esgotos”, disse a aposentada se referindo ao popular pedreiro que ficou conhecido por “Chico Calçamento”. Seu Chico coordenou a pavimentação de inúmeras ruas, dentre elas as principais vias de tráfego da cidade.
De acordo com a assessoria da Câmara Municipal de Quixeramobim, foi aprovado por unanimidade durante a sessão no dia 5 de junho deste ano, projeto de lei do executivo municipal que autoriza a Prefeitura Municipal a contratar financiamento através da Caixa Econômica Federal, da ordem de R$ 11.958.790,55, para ser empregado na reforma dos calçamentos das vias urbanas.
Em conversa com a reportagem, o prefeito interino Clébio Pavone disse que o projeto foi apresentado a Caixa Econômica Federal e, na primeira etapa não foi aprovado. Segundo Pavone, a Caixa pediu que o projeto contemplasse também a questão de acessibilidade das caçadas do município. Clébio garantiu que o projeto está sendo readequado e que na próxima semana uma reunião acontecerá entre a Prefeitura Municipal e a Caixa Econômica para discutir o assunto.
A Secretaria de Infra-Estrutura comunicou que as danificações no calçamento da Avenida José Gonçalves Pinheiro, foram ocasionadas devido ao tráfego de veículos pesados no local. A pasta alertou para a necessidade de criação de uma lei que regulamente o trânsito destes veículos em alguns locais.
Nossa equipe percorreu 15 km para fazer o registro das ruas:
Paulo Sarasate
25 de Março
Geraldo Bizarria de Carvalho
Sim muito triste esta situação, sem esquecer que também para nós motoqueiros, todos sofremos muito com a forma incorreta que estar o formato daqueles quebra-moles que estão a colocar em todas as ruas, saibam que a intenção é das melhores em proteger os pedestres evitando a auto velocidade desnecessária usada por muitos donos de veículos, mas a forma incorreta estar a prejudicar muitas de nossas motos, a minha por exemplo esta quase ficando sem proteção na parte debaixo de tanto bater neles quando passo, por mais lento que seja a batida na parte debaixo da moto é inevitável. Precisamos que as autoridades responsáveis tome alguma providencia, pois, caso danifiquem mais ainda nossos transportes iremos pedir o concerto aos responsáveis.
ResponderExcluirWalter Lima
ResponderExcluirParabéns pela reportagem!
Quem foram os repórteres?