"Título meio mórbido, né? Mas, não encaro a morte como um tema tabu, ou como um assunto proibido de ser pensado. Quem sabe se pensassemos mais na morte não viveriamos melhor? Por isso me permito vez por outra pensar na morte. Pensar sobre o que vem depois (ou não?) da vida nesse mundo moderno e cadudo. Gosto de pensar na morte com humor, apesar de ter, confesso, um medo danado da misteriosa morte. Lendo o Mário Quintana outro dia, deparei-me com a pérola: “A morte é a libertação total: a morte é quando a gente pode, afinal, estar deitado de sapatos". Não pude conter o riso. Talvez a recompensa final e maior da morte, seja mesmo, como pensou um filosófo, nunca mais morrer.
A morte, em si, é algo natural. Vivemos, para depois morrer. É inevitável, e se ela for contornada, algum dia, eu não gostaria de tomar parte nisto. É, só que viver para sempre deve ser deprimente, tedioso, cansativo. Acho que depois de ter uma vida longa e boa (ou no pior dos casos curta e triste), todos devemos aceitar a morte e encará-la como amiga e com um alívio. Missão cumprida (Citando Harry Potter e As Relíquias da Morte: "e, como iguais, partiram desta vida").
E, quanto aos cemitérios? O cemitério é um local interessante. Embora não seja um lugar que visite com frequência, quando vou ao mesmo fico sempre a observar os túmulos, lápides e seus epitáfios, aqueles com assinaturas e frases, alguns centenários, com gerações de uma mesma família. Todos refletindo as condições da pessoa em vida: alguns luxuosos e imponentes, muitos com Jesus, Nossa Senhora ou algum santo de devoção. Outros muito pobres, sem enfeites, uma simples cruz apenas, como um sinal dando prova que aquele que ali jaz, outrora passou por esse mundo. Mas o interessante é que todos estão ali reunidos, sem importar com a cor, o credo ou sexualidade alheia. Não há distinções. No fim, todos estaremos no mesmo lugar. O incrível é que precisamos morrer para perceber isto.
Por
Bruno Paulino é graduado em Letras pela Feclesc/Uece e autor do livro "Lá nas Marinheiras e outras crônicas"
Postado por: Jornalismo - SMC
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