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segunda-feira, 21 de maio de 2012

Área Q: O transcendental encolheu?

Se for levado em consideração que Fortaleza soma hoje mais de 3,6 milhões de habitantes, pensar em apenas 9 mil pessoas é muito pouco. Números, no entanto, são relativos. Para os produtores do filme cearense Área Q, por exemplo, levar quase 9 mil espectadores às salas de cinema do Ceará é sinônimo de sucesso. Arrancar aproximadamente 36.500 pessoas do Brasil inteiro das suas casas para irem ao cinema assistir a uma ficção-científica produzida por aqui, com baixo orçamento e sem verba para divulgação, pode ser uma vitória. “Considero o número um excelente público para um cinema cearense. É a terceira bilheteria de filmes cearenses, perdendo só para Bezerra de Menezes e As Mães de Chico Xavier”, aponta Sidney Girão, co-produtor de Área Q. No entanto, Área Q não se aproxima do êxito dos dois filmes anteriores da produtora cearense Estação da Luz. Bezerra de Menezes - O Diário de um Espírito (2008) e As Mães de Chico Xavier (2011) conquistaram, cada um, mais de 500 mil espectadores.

Na sexta semana de exibição (fica em cartaz até quinta-feira), o longa dirigido por Gerson Sanginitto está longe de bater a bilheteria de produções brasileiras que passaram recentemente pelo cinema, como Xingu, que teve mais de 350 mil espectadores. Para os produtores, a explicação está nos investimentos. Enquanto Xingu recebeu mais de R$ 15 milhões para a sua produção, o Área Q contou com pouco mais de R$ 2 milhões. “É a mesma coisa de comparar Xingu com Vingadores. Não dá. Não poderia jamais almejar o sucesso do Xingu porque não investi o mesmo tanto”, explica Girão. Comparado aos filmes anteriores da produtora, o orçamento de Área Q não é tão inferior. Bezerra de Menezes teve investimento em torno de R$ 2,7 milhões, enquanto As Mães de Chico Xavier contou com cerca de R$3,8 milhões.

Para Halder Gomes, produtor do filme e um dos sócios da produtora cearense, o sucesso deve ser medido não só pelo público – algo que ele também considerou positivo, uma vez que se está falando de “uma produção que teve poucas oportunidades de acontecer”. Ele aponta vários motivos para Área Q ser considerado um filme de sucesso. Um deles é explorar o tema da presença de extraterrestres, assunto que pouco teve espaço da cinematografia brasileira. “A gente espera que esse filme tenha aberto portas e tenha colocado a cara a bater para outras produções desse tipo”, aposta.

Outra razão seria a concretização de uma parceria entre dois países ter acontecido no Ceará. “Isso é muito importante para fomentar a indústria local, abrir novos caminhos”, diz. Um terceiro ponto seria o impacto causado no turismo de Quixeramobim e Quixadá, cidades onde foi filmada a maioria das cenas. “Hoje, pelo Brasil todo se fala em Quixadá e Quixeramobim. O dono da fazenda onde foi rodada parte do filme tem recebido muita visita”.

Em fase de negociação para, em breve, passar nas cidades do interior do Brasil e em salas estrangeiras, Área Q recebeu, segundo os produtores, o aplauso de muita gente, inclusive, de Hollywood, onde ficou classificado em sexto lugar no Hollywood Film Festival. Um dos méritos teria sido utilizar efeitos especiais que poucas produções de baixo orçamento se aventuram a aplicar e ainda passar uma mensagem positiva que fez muito espectador tratar Área Q como um filme espírita, embora o diretor Gerson Sanginitto prefira dizer que se trata de uma mensagem espiritualista. Até a próxima quinta, o espectador pode conferir se os méritos cabem ou não à ficção-científica alencarina.

Serviço
ÁREA Q
(EUA/Brasil, 2011)
Ficção científica. 10 anos. 108min.
De: Gerson Sanginitto.
Com: Isaiah Washington, Murilo Rosa, Tania Khalill e Ricardo Conti.
Em cartaz: no Cine Dragão do Mar 2 (fechado às segundas-feiras), às 18h50 e 21h.

500 mil
foi o número de espectadores registrados pelos filmes Bezerra de Menezes e As Mães de Chico Xavier, da mesma produtora

R$2 mi
O orçamento do filme foi de pouco mais de R$2 milhões.

36.500
espectadores em todo o Brasil, sendo 9 mil só no Ceará, assistiram Área Q.

Óvnis e espiritualidade
No filme, o repórter norte-americano Thomas Mathews (Isaiah Washington, de Grey´s Anatomy) é enviado ao interior do Ceará para investigar casos de avistamentos de óvnis. Durante a investigação, Thomas conhece João Batista (Murilo Rosa), um caboclo que tem muitas respostas sobre o que está acontecendo nessa área e também sobre o filho de Thomas que havia desaparecido há mais de um ano. Pouco a pouco, Thomas começa a perceber que está prestes a vivenciar a maior descoberta de sua vida. (Fonte: O Povo Online)

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