O ministro da Agricultura, Wagner Rossi, emitiu nesta terça-feira uma nota em que confirma ter usado o jatinho de uma empresa que possui interesse direto nas decisões do ministério. Trata-se da Ourofino Agronegócios, que foi autorizada recentemente a produzir uma vacina contra a febre aftosa e ingressar em um mercado bilionário.
A informação foi revelada pelo jornal Correio Braziliense nesta terça-feira, que trouxe detalhes da aeronave: um jato modelo Phenom, avaliado, em 7 milhões de dólares. Rossi era visto frequentemente embarcando no avião no aeroporto de Ribeirão Preto, segundo o jornal.
O deputado estadual Baleia Rossi (PMDB-SP), filho do ministro, também usou o avião da companhia, cujo faturamento cresceu 81% depois da permissão para produzir a vacina. O jornal revela ainda que Ricardo Saud, um dos sócios da companhia, é assessor de Wagner Rossi.
A empresa também doou 100 000 reais para a última campanha eleitoral de Baleia Rossi. Na nota divulgada, o ministro alega que o processo que autorizou a Ourofino a produzir a vacina transcorreu antes que Rossi assumisse o comando da pasta. E alega que a decisão é técnica.
O mais importante, entretanto, vem no final da nota: "Por último, informo que, em raras ocasiões, utilizei como carona o avião citado na reportagem", afirma o peemedebista.
O episódio complica ainda mais a situação de Rossi, que corre o risco de perder o cargo desde que VEJA revelou as primeiras irregularidades no Ministério da Agricultura. Entre as acusações que pairam sobre a pasta, estão a de pagamentos ilegais a empresas. VEJA mostrou ainda que a ficha corrida de Rossi é muito mais antiga do que a gestão dele na Agricultura.
Fonte:Veja
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