Suplente de senador é uma praga. Nos últimos dois dias os jornais deram destaque a Zezé Perrela, presidente do Cruzeiro e suplente de Itamar. Vai ficar sete anos e meio como senador. Está na Constituição, o que fazer?
Perrela já foi acusado de tudo. Para ser educado, é possível escrever que ele desenvolveu atividades pouco republicanas.
Quando começou esta história de suplente? No Império não tinha pois o senador era vitalício. Na Primeira República também não. Não era mais vitalício mas se morria ou se afastava por qualquer razão, tinha nova eleição. Foi a Constituição de 1934 que introduziu o suplente. 1946 e 1967 repetiram. A emenda nº 1 de 1969 também. Aí veio o Pacote de Abril de 1977 e ampliou para dois suplentes. Foi um meio de assentar o apoio do regime no interior do seu partido, a ARENA. E, como no Brasil, o que é ruim pode piorar, a Constituição de 1988 manteve os dois suplentes (inventados pelos militares).
Marco Antonio Villa
Historiador. Professor do Departamento de Ciências Sociais da Universidade Federal de São Carlos. Bacharel e Licenciado em História, Mestre em Sociologia e Doutor em História.
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