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sexta-feira, 6 de maio de 2011
Em Choró perigo no transporte escolar
Pau-de-arara superlotado leva alunos para escola em Choró, deixando moradores apreensivos na cidade
Há mais de um ano, alunos da rede pública deste Município estão sofrendo com a superlotação do transporte escolar na ida e volta para casa. Mais de 100 deles, estudantes das localidades de Palestina, Serra da Palha e Riacho do Juazeiro, realizam o trajeto em um caminhão pau-de-arara. Estudam no Centro Educacional Dom Bosco e na Escola Estadual Maria de Fátima Verçosa Damasceno. O problema está preocupando os pais e causando medo nos alunos. Eles reclamam das condições do transporte escolar.
A auxiliar de serviços, Maria Irenilda Lemos Santos, tem dois filhos pequenos que estudam na sede do Município. Ela diz que já pensou em tirar os filhos do colégio por conta da superlotação do transporte escolar. "Já estive na Secretaria de Educação, mas às vezes em que fui o secretário estava ocupado ou em reunião. A única coisa que queremos é que seja colocado mais um carro".
Na localidade de Palestina, onde o transporte passa por último, já não há mais bancos disponíveis no caminhão e muito menos onde segurar. Em muitos casos, os alunos se esticam e se apertam, em pé, para conseguir segurar na capota. Sem espaço, os mais afoitos vão em pé, nas grades, ou sentados na carroceria. O estudante Francisco Edivaldo Fernandes Ferreira, 19 anos, é um deles. Relata o medo de andar no transporte escolar, por conta da superlotação e das estradas, não oferecendo condições de trafegar. Ele diz que foi feito um levantamento do número de alunos que são transportados no pau-de-arara. São 109 a cada viagem. O estudante conta que, certa vez, o caminhão chegou a estourar um dos pneus já na volta para casa. "Alguns alunos começaram a gritar e outros a chorar. Foi aquele pânico, um desespero. Muitos pularam pensando que o caminhão iria virar, mas graças a Deus nada aconteceu. Só o susto mesmo".
Estrada ruim
Na localidade de Serra da Palha quem fala sobre o problema é a agricultora Cícera Lima da Silva. Segundo ela, a filha de 11 anos e os outros amigos estão correndo risco. São muitos alunos em um único veículo. Para agravar ainda mais a situação, as estradas são muito ruins. "É um perigo. A gente vê a hora de acontecer um acidente com eles. O que nós queremos é outro transporte, assim a gente vai ficar mais tranquila", desabafa.
O agricultor Sebastião Paulino de Lima, da localidade de Serra da Palha, também fica assustado quando o caminhão lotado passa em frente à residência. Ainda tem que apanhar os alunos da Palestina. "Eu só fico tranquilo quando meu filho de 15 anos chega em casa. Como pai fico muito preocupado, mas graças a Deus nada de mais grave tem acontecido", ressalta.
O secretário de Educação de Choró, Manoel Maciel de Queiroz, diz que nunca recebeu alguém das localidades para discutir o problema. Justificou porém não haver interesse dos proprietários de caminhões pelo serviço. "Quem é que vai colocar um carro para rodar cinco quilômetros por dia? Eu já divulguei na impressa local, mas até hoje não apareceu nenhum dono de transporte que tivesse interesse em fazer a rota em Riacho do Juazeiro, Serra da Palha e Palestina".
Único carro
Segundo Queiroz, nos anos anteriores, eram dois carros. Porém, um dos proprietários não quis mais fazer a rota. Ele conta que moradores das respectivas localidades afirmaram ser suficiente apenas um carro no roteiro dos estudantes. Pediram apenar para ampliar a capacidade do transporte.
Ele discorda da quantidade de alunos no transporte, informada pelas famílias. Sugeriu, como alternativa para o problema, o retorno do transporte de barco, como era feito anteriormente. As comunidades afetadas são ribeirinhas ao Açude Pompeu Sobrinho.
O radialista e repórter da emissora comunitária Pioneira FM, de Choró, Jonathas Oliveira, confirma a versão dos pais e estudantes. A quantidade é superior a 100. O pau-de-arara trafega realmente superlotado.
Ele acompanhou o trajeto do transporte escolar nas referidas localidades da zona rural de Choró. Observou o cuidado do motorista, dirigindo em baixa velocidade para evitar acidentes no percurso. Na sua opinião, a qualquer momento uma tragédia poderá ser registrada. Todavia, reconhece que os caminhões e caminhonetes com tração são as únicas alternativas para o tráfego nas estradas ruins da zona rural, principalmente no inverno.
Fonte: Jornal Diário do Nordeste
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