A possível formação de um bloco de oposição na Assembleia Legislativa, para a próxima legislatura, formado pelos partidos PSDB, PR e DEM, foi criticada ontem, da tribuna da Casa, pelo deputado Osmar Baquit (PSDB). O tucano deixou claro não concordar com a ideia de unir as três legendas, juntamente com suas respectivas Executivas, para indicar nomes para a composição da Mesa Diretora da Casa.
Baquit informa que ele e os deputados tucanos Moésio Loiola, Rogério Aguiar, Gony Arruda e Téo Menezes fecharam questão em não aceitar a indicação de um bloco que, segundo o parlamentar, será guiado por Roberto Pessoa e Lúcio Alcântara, ambos dirigentes do PR no Ceará.
"Como vou ter o PR dentro de uma coligação ou bloco se até semana passada um estava matando o outro. Não existe afinidade política", declarou, lembrando que o seu partido tem um processo contra Roberto Pessoa, prefeito de Maracanaú.
Baquit deixou claro que a Executiva é superior, mas argumenta que nesse caso é uma "intromissão descabida", sob pena de desmoralizar a bancada. "Já imaginou se vou discutir um tema e fico descredenciado, desautorizado porque a Executiva tem outro entendimento. Isso é censura. Não aceitarei ser mandado por Lúcio Alcântara e Roberto pessoa", sentenciou.
De acordo com ele, pouquíssimos ou talvez apenas um deputado do PSDB defende a formação do bloco. "Sete deputados vão ter que se submeter a Executiva dos três partidos e para agirem vão ter que pedir a bênção ao Roberto Pessoa. Olha a que fim está chegando o PSDB! A que nível !"
Decisões
O tucano entende que é a bancada do partido que tem de tomar suas decisões no que diz respeito às questões da Assembleia, como a escolha do líder. "Esses cinco parlamentares não aceitam e nem aceitarão ditadura dentro do partido", assegurou, alegando que não pode ficar calado com medo da Executiva. "A Executiva precisa nos ouvir. Não é um deputado ou dois que vão ditar as regras do partido".
Baquit afirmou que solicitou ao presidente do PSDB, deputado federal Gomes de Matos, uma reunião para discutir a questão da fidelidade partidária e da eleição da Mesa Diretora da Assembleia, mas a reunião não ocorreu.
A sugestão de Baquit é que o PSDB abra mão da primeira vice-presidência e fique com a terceira e quarta secretaria, entendendo que desse modo os tucanos serão contemplados, lembrando que tem ainda a liderança e vice-liderança do partido, além das comissões técnicas.
Ele diz que é chamado de "rebelde" por reconhecer os projetos do governador Cid Gomes (PSB), parabenizando-o pela reforma no Estádio Castelão e pela legalização dos topiqueiros. O tucano já admitiu a possibilidade de sair do PSDB, alegando estar descontente com o rompimento do partido com o governo Cid Gomes. O deputado José Teodoro, o outro tucano que estava em plenário, não contestou a fala de Baquit.
Fonte:Diário do Nordeste
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