Aquela sopa de letrinhas – PMDB, PR, PP, PTB e PSC – que formou na câmara dos deputados um bloco governista de 202 deputados, uma espécie de “Centrão do B”, é fisiologismo de alta performance.
O pacto: entre eles, ninguém avança no território do outro e todos, juntos, avançam no território do partido da presidente eleita. A meta: lotear a esplanada dos ministérios. O objetivo: saquear a República.
Depois de inventariar o estrago, a presidente eleita baixou o tom ainda recente dos palanques para mascarar com eufemismos a capitulação: fez apelo aos “companheiros” de seu partido para que reajam com “maturidade”.
Após sua rendição aos horrores da “governabilidade”, militantes do partido que era “contra tudo isso que está aí” já podem contabilizar os maus resultados consultando pesquisa recente da Fundação Getúlio Vargas.
Adianto os números: segundo o levantamento, do início do primeiro governo Lula até agora, a confiança dos brasileiros nos partidos políticos caiu de 21% para 8%. É de quase dois terços, a dimensão da perda.
Enquanto estivermos vivendo um ciclo econômico auspicioso para os países emergentes, não consta que o problema revelará a extensão do estrago. Não é novo que as sociedades aceitem pagar altos preços por sua prosperidade.
Contudo, mais adiante, quando o capitalismo der novos sinais de suas crises cíclicas, não é certo que as instâncias políticas tenham suficiente credibilidade para resistir como representação legitimada pela sociedade.
Ricardo Alcântara
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