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segunda-feira, 19 de julho de 2010

O POVO/Datafolha mostra o cenário de largada

A primeira pesquisa sobre a eleição para governador do Ceará com os candidatos definidos apresenta ao público o cenário do ponto de partida da eleição. Não chega a ser surpreendente que o Datafolha mostre, neste momento inicial, Cid Gomes (PSB) com chance de vitória já no primeiro turno. Afinal, o governador, mesmo sem se manifestar em público nesse sentido, desde sempre era candidato natural à reeleição, enquanto os principais adversários, embora competitivos, surgiram na última hora. Entretanto, são mais de dois meses e meio de campanha pela frente. Quase um mês até o início da propaganda na televisão. Há muita água para rolar e os acertos e erros até 3 de outubro definirão se haverá ou não segundo turno.

AGORA, O DESENROLAR
Pesquisa eleitoral alguma faz previsão. Mostra apenas o cenário do dia em que os eleitores foram ouvidos. Mas, diante dos números, quais as perspectivas de desdobramentos? Há duas variáveis fundamentais para definir se haverá ou não segundo turno: se Marcos Cals (PSDB) vai crescer e quanto, e se Lúcio conseguirá sustentar ou mesmo ampliar seu percentual de intenções de voto, ou se cairá. No meio de tudo isso, evidentemente, está o desempenho do governador e líder na pesquisa, Cid Gomes. Pode-se dar como certo que Cals terá crescimento, sobretudo ancorado no apoio de Tasso Jereissati (PSDB). A questão é o tamanho de seu avanço. Para quem nunca disputou uma eleição majoritária no âmbito estadual, os 7% de largada estão longe de ser mau resultado. Sobretudo considerando-se que tem rejeição menor que a dos principais oponentes.

O DESEMPENHO DE LÚCIOS
e o desempenho de Marcos Cals não pode ser considerado ruim como ponto de partida, o de Lúcio chega a ser muito bom. Há quatro anos sem ocupar cargo público, seus 27% de intenções de voto ficam muito próximos dos 29,5% do total de votos que obteve na eleição de 2006, quando, no comando do Governo do Estado, disputou a reeleição. O dado mostra Lúcio com um capital eleitoral praticamente inalterado. A dúvida é sobre a capacidade de sustentar esse índice. Com a história de mais de três décadas de vida pública, o ex-governador sempre foi um excelente candidato de largada, mas nem sempre foi bem na chegada. Tradicionalmente, começa bem e acaba caindo. Isso ocorreu até quando foi eleito governador, em 2002, numa disputa que acabou muito mais acirrada do que se previa. A diferença em relação às últimas eleições nas quais concorreu é que, agora, ele é candidato de oposição. Como esse fator irá influir em seu desempenho é uma incógnita.

O RESULTADO DE CID
Se os resultados de Lúcio e Marcos Cals não podem ser considerados ruins, o que dizer do homem que lidera a pesquisa, com perspectiva de reeleição no primeiro turno? Numa eleição na qual é situação, mas que se tornou subitamente competitiva, o fato de largar com mais da metade dos votos válidos dá a ele certa tranquilidade para conduzir sua campanha. Mas o fato é que Cid larga abaixo do patamar que o levou à vitória no primeiro turno de 2006, quando obteve 54,4% do total de votos. Agora, aparece com 47%. Algo talvez natural, tendo em vista que esta eleição tem maior número de candidatos competitivos.

É SÓ O COMEÇO
O caro leitor poderá indagar: é possível uma pesquisa sobre uma eleição na qual haverá um vencedor apenas ser positiva para tantos candidatos? Respondo: sim, uma vez que tanto tempo há pela frente. O Datafolha mostra não um cenário de definição, mas o ponto de partida de uma disputa que só está começando. Em resumo, não há motivo para euforia nem desespero da parte de ninguém. Cid confirma seu favoritismo, Lúcio reafirma seu forte recall, enquanto Marcos Cals mostra potencial de crescimento. Mas nada está decidido. A pesquisa sinaliza as potencialidades, que serão confirmadas ou não de acordo com acertos ou erros de estratégia. Por enquanto, passados 13 dias de campanha, Cid mostra um trunfo: algo natural para a candidatura posta há mais tempo, é quem apresenta, até aqui, estrutura mais organizada. Os adversários têm trabalho a fazer ainda para organizar aspectos básicos de sua campanha. Tempo há, mas é preciso correr, se quiserem forçar o segundo turno.

Fonte:O Povo

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