Época de eleição é sempre assim: os postulantes apresentam candidaturas e partem para a rua em busca do contato com o eleitorado para mostrarem um conjunto de propostas e ideias que, sempre promete mudar para melhorar a vida das pessoas.
Passada a eleição, não se sabe se as promessas serão ou não cumpridas, porém o que fica marcado na memória, até mesmo de quem não é simpatizante, é aquela campanha eleitoral que chamou atenção seja pela empolgação, pelo jingle, pela propaganda no rádio e televisão ou qualquer outro aspecto que tenha marcado o pleito. Estes aspectos que, muitas vezes, chegam a mudar o rumo de uma eleição, fazem parte de uma "estratégia de guerra" chamada de marketing eleitoral.
Diante do contato direto com os candidatos que estão nas ruas disputando os votos, o eleitor acaba não tendo uma real noção da estrutura profissional que fica por trás dos holofotes nas campanhas políticas e que os realizadores dela dizem ser imprescindível a uma campanha para qualquer cargo.
Marketing
"O marketing é uma maneira de satisfazer os anseios das pessoas", explica a jornalista e professora universitária Valquíria Aparecida Passos Kneipp.
O primeiro passo, e de maior importância em uma campanha eleitoral segundo ela, é elencar, inicialmente, os pontos considerados mais fracos do candidato, assim como as melhores características. Diante disso, a realização de pesquisas quantitativas e qualitativas são indispensáveis para traçar uma estratégia.
"Uma campanha política não pode ser feita intuitivamente. Eu não posso achar que o candidato é bom. Se ele é bom temos que saber o porquê. Ele tem rejeição? Em quais classes ele tem votação? É claro que não é uma conta matemática, mas você tem que trabalhar com todas essas variáveis. Ninguém vai trabalhar na campanha do Maluf sem conhecê-lo", detalhou.
Segundo ela, o papel do Marketing na campanha é "colocar uma lente" sobre o que é positivo e "resolver" o que está como negativo. E para os negativos, complementa, buscar solucionar os problemas imediatos.
Duas outras ferramentas, de acordo com a professora, são amplamente utilizadas: os grupos focais e o media training. Este primeiro, consiste em reunir um grupo específico de cidadãos e dar a eles a possibilidade de analisar alguns assuntos seja relacionado diretamente ao candidato ou sobre assuntos gerais para que uma equipe multidisciplinar analise as reações e opiniões do grupo sobre determinada situação.
Estratégias
Em cima dos resultados obtidos são traçadas estratégias para a campanha. "Até mesmo o jingle das campanhas chegam a passar pelo crivo dos grupos focais", informa.
O treinamento de mídia, é uma orientação constante ao candidato sobre como se comportar diante dos jornalistas e veículos de comunicação, além da postura em entrevistas e aparições públicas. É parte da construção da imagem dos candidatos. "Veja o exemplo do (presidente) Lula. Se formos pegar a cara dele desde a primeira campanha em 1989 até quando se elegeu em 2002, ele mudou radicalmente: o discurso, a imagem, o tom da voz, praticamente tudo mudou e ele foi treinado para isso", exemplificou.
Preconceito
Todo esse trabalho que é função do marketing, tem um preço, "e é um custo muito alto". Por este motivo, diz Valquíria, geralmente só as grandes campanhas eleitorais têm condição de bancar uma estrutura que seja considerada de alto nível.
Em sendo trabalhado de forma correta, o marketing político pode ser uma ferramenta importante. Um dos problemas do ramo, na visão dela, é o fato de que há profissionais ruins que acabam fazendo a fama negativa da profissão.
"Você não pode querer fazer um trabalho para um candidato como se fosse uma marca de sabonete. Ele não é nem produto nem serviço. Ele é uma pessoa que, se eleita, irá conduzir os destinos de muita gente. E para isso precisa o marketeiro ter muita responsabilidade".
Outra situação que coloca é que, ferramentas utilizadas em campanhas políticas há algum tempo, que tinham o intuito claro de camuflar uma realidade sobre o candidato, hoje não funcionam mais. "Já houve um tempo em que o marketing foi feito para coagir. Hoje não dá mais para maquear ninguém. O profissional que tentar esconder problemas embaixo do tapete pode se dar mal pelo nível de informação que se tem atualmente", enfatizou.
Fonte:Diário do Nordeste
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