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sexta-feira, 18 de junho de 2010

Emergência decretada em 12 cidades


Doze municípios cearenses já decretaram situação de emergência em virtude da escassez de chuvas no Estado desde o início do ano. Até ontem, segundo informou ao O Povo, a coordenadoria estadual da Defesa Civil, solicitaram decretação de emergência as prefeituras de Acopiara, Alto Santo, Boa Viagem, Canindé, Caridade, Cedro, Itapiúna, Jaguaribe, Jati, Mombaça, Monsenhor Tabosa e Tauá.

A maioria desses municípios ficam localizados nos Sertões cearenses e as precipitações registradas na quadra chuvosa (fevereiro a maio passado) foram insuficientes para os agricultores plantarem e colherem. “A situação, este ano, é muito difícil. Nos dois últimos meses só tivemos duas chuvas de pequena intensidade e as perdas ultrapassam aos 90%”, informou Ailton Soares da Silva, da diretoria do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Canindé.

O município teve um dos menores volumes de chuvas (221.2 milímetros de janeiro a maio), segundo informações da Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme). “Temos cerca de 12 mil agricultores que plantam para sobreviver e não conseguiram colher o mínimo de grãos este ano”, diz Ailton.

Ele afirma que até os animais estão passando fome e sede. “O pior é que teremos de esperar até agosto para começar a receber as parcelas do Garantia Safra e nem todos estão cadastrados neste programa do Governo Federal. Muitos vão ficar de fora principalmente os que vivem nos bairros periféricos da sede do municípios”, queixa-se.

Seguro safra

O Governo do Estado solicitou ao Ministério do Desenvolvimento Agrário a antecipação do pagamento das parcelas do Programa Garantia Safra que beneficia os pequenos produtores cadastrados que perderam mais de 50% da colheita.

Segundo avaliação da Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado do Ceará (Fetraece), as perdas, devido a escassez de chuvas, superam os 90%. “Os municípios dos Sertões Central e dos Inhamuns estão em situação mais crítica”, avalia José Militão, da diretoria da Fetraece.

Segundo Ailton Soares, até os animais estão morrendo de fome e sede. “Estamos até em contato com a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) para que diminua o preço do milho a fim de beneficiar os pequenos pecuaristas”, disse.

O coronel William Lopes, coordenador executivo da Defesa Civil estadual, explica que a decretação de emergência pelo prefeito faz parte do processo para o reconhecimento da situação de emergência pela Defesa Civil do Estado. No momento, estão sendo feitos levantamentos nos municípios por equipes técnicas que buscam constatar se a realidade é compatível com a documentação enviada pelas prefeituras. Depois da avaliação é que se procede a homologação da emergência pelo órgão estadual.

Fonte: O Povo Online

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