O adiamento, na Câmara Federal, da votação do projeto que impede a candidatura de políticos com “ficha suja” foi repercutido na Assembleia Legislativa, ontem, pelo deputado petista Artur Bruno. Ele sugeriu que a Casa apresente uma moção requerendo que o projeto volte à pauta do Congresso. O projeto de lei de iniciativa popular (PLP 518/2009) visa impedir a candidatura de cidadãos comuns condenados em primeira instância e de políticos cumprindo mandato que tenham denúncia formalizada pelo Ministério Público e acatada por qualquer tribunal.
Bruno defende que o projeto seja votado em tempo hábil, para que pudesse vigorar a partir das próximas eleições. “É preciso tomar uma posição, temos que ter um lado e dizer se somos contra ou a favor do projeto”, disse, declarando-se favorável. Segundo o petista, a iniciativa serve para evitar que bandidos estejam nos parlamentos e no Executivo. “Tem que haver vontade política, se não, não vai em frente”, defendeu.
Além disso, o petista disse apoiar o fim do financiamento privado de campanha. “O financiamento privado é a raiz da corrupção. E para evitar isso é preciso que as campanhas sejam financiadas pelo poder público”. Outro ponto observado pelo parlamentar foi com relação à instituição do voto distrital misto, já que, segundo ele, a eleição proporcional provoca distorções no resultado das eleições para parlamentares. “O Congresso não ouviu a sociedade brasileira no que se refere à reforma política”, criticou.
O deputado tucano Luiz Pontes atribuiu os escândalos políticos a esse modelo político, que, na avaliação dele, é o mais arcaico do mundo. “Espero que o próximo presidente seja um defensor intransigente da reforma política.” Ely Aguiar (PSDC) também saiu em defesa do projeto contra os candidatos de “ficha suja”. Segundo ele, a Câmara não tem o menor interesse em votar esse projeto de lei, já que teria o número de políticos reduzidos em 50%. Ely acredita que essa é uma questão de responsabilidade dos partidos e da população. “Os partidos só se preocupam com os votos que irão conquistar, saem filiando todo mundo sem se dar ao trabalho de pesquisar o cidadão”.
(Fonte: Jornal O Estado)
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