O ex-governador, protagonista no passado, não está entre os políticos que definirão os rumos das próximas eleições, como mostrou ontem O POVO. Para voltar à cena, ele admite até se aliar ao PSDB, de onde saiu após perder a reeleição, mas para fazer oposição a Cid.
Ex-prefeito, ex-deputado federal, ex-senador, ex-vice-governador, ex-governador. Lúcio Gonçalo de Alcântara, 66, já passou por quase todos os cargos públicos almejados por um político. Sua saída do Governo há quase três anos, porém, o tirou do centro das discussões do Ceará. Então um dos protagonistas da cena política, na busca da reeleição, Lúcio foi alijado pelo líder máximo do PSDB, Tasso Jereissati, e amargou uma dura derrota ainda no primeiro turno. Agora, sem mandato e num novo partido, o PR, ele tenta voltar para o centro das atenções.
"Não existe ex-político", disse ao O Povo no escritório-biblioteca que montou quase em frente à sua casa, no Meireles. Para o retorno à cena pública, Lúcio já iniciou uma série de viagens ao interior. Ele quer ser candidato na próxima eleição, possivelmente a deputado federal.
Ao avaliar o cenário político atual, em que governador Cid Gomes (PSB) aparece como franco favorito à reeleição, com indefinições apenas para o Senado, Lúcio cobra que o PSDB assuma uma postura de oposição até para preservar o direito de escolha do eleitor. Caso isso aconteça, ele afirma estar aberto a uma aliança política com seu ex-partido.
"Há um processo de cooptação muito forte no Estado, em que o governo faz de tudo para ganhar por W.O., antes mesmo de qualquer disputa", disse Lúcio, referindo-se à ausência de oposição no Estado. "O jogo não terminou. Há o interesse de parecer que está tudo liquidado, mas não está. Há muitas questões até do cenário nacional que podem mudar tudo." Entre as imprevisibilidades, o ex-governador cita uma possível candidatura de Ciro Gomes (PSB) à Presidência, o que levaria o PT a ter candidato próprio ao governo no Ceará.
Apesar de demonstrar a vontade de liderar um grupo de oposição ao Governo, Lúcio admite que, em seu próprio partido, encontra resistência, como a deputada federal Gorete Pereira, que defende o apoio a Cid. "Eu cheguei numa altura da vida que não cobro nada de ninguém, nem quero ser cobrado", afirmou.
A reaproximação com os tucanos não apaga a mágoa de ter sido abandonado em 2006. "Me senti muito injustiçado." Na ocasião, Tasso e Ciro decidiram se unir em torno da candidatura de Cid, o que não foi aceito por Lúcio, que bancou sua própria candidatura sem êxito.
Agora, como observador, Lúcio diz acreditar que Tasso possa estar até arrependido. "De aliado, agora ele passou a refém", avalia. "Digo isso porque ele já manifestou a intenção de se candidatar ao Senado, os deputados do PSDB querem ficar com o governo e agora parece que pode ter uma contradição, já que o PT já disse que quer entrar na disputa ao Senado, com uma rejeição absoluta de não fazer coligação nos Estados com partidos que não apoiem a ministra Dilma à Presidência da República", disse.
"Nessas grandes coalisões, formadas com expedientes para cooptar partidos e lideranças, a médio e longo prazo começam a surgir os conflitos, porque o vínculo que os une é muito mais o interesse, o oportunismo, a ideia de sobrevivência politicamente."
Frases
"O jogo não terminou. Há o interesse de parecer que está tudo liquidado, mas não está. Há muitas questões até do cenário nacional que podem mudar tudo."
"Eu cheguei numa altura da vida que não cobro nada de ninguém, nem quero ser cobrado."
E mais
- Toda a entrevista ao O Povo foi filmada por sua assessoria, para integrar o arquivo do ex-governador e para que trechos fossem postados em seu blog. A postagem, porém, aconteceria apenas depois da publicação - ao contrário do que fez a Petrobras com seu polêmico blog.
- Em boa parte da entrevista, Lúcio retomou momentos de seu Governo para comparar com o atual. Segundo ele, o momento econômico do país era bem pior, havia uma forte oposição na Assembleia e uma cobertura acirrada da imprensa (especialmente do O Povo).
- Ele demonstra que não quer sair do bloco de apoio ao presidente Lula, mas, no Ceará, poderá estar ao lado da oposição.
- Lúcio admite que o PR poderá decidir ficar na aliança com o grupo de Cid. "Eu não vou me sentir à vontade, mas se for a decisão partidária..."
(Fonte: Jornal O Povo)
Ex-prefeito, ex-deputado federal, ex-senador, ex-vice-governador, ex-governador. Lúcio Gonçalo de Alcântara, 66, já passou por quase todos os cargos públicos almejados por um político. Sua saída do Governo há quase três anos, porém, o tirou do centro das discussões do Ceará. Então um dos protagonistas da cena política, na busca da reeleição, Lúcio foi alijado pelo líder máximo do PSDB, Tasso Jereissati, e amargou uma dura derrota ainda no primeiro turno. Agora, sem mandato e num novo partido, o PR, ele tenta voltar para o centro das atenções.
"Não existe ex-político", disse ao O Povo no escritório-biblioteca que montou quase em frente à sua casa, no Meireles. Para o retorno à cena pública, Lúcio já iniciou uma série de viagens ao interior. Ele quer ser candidato na próxima eleição, possivelmente a deputado federal.
Ao avaliar o cenário político atual, em que governador Cid Gomes (PSB) aparece como franco favorito à reeleição, com indefinições apenas para o Senado, Lúcio cobra que o PSDB assuma uma postura de oposição até para preservar o direito de escolha do eleitor. Caso isso aconteça, ele afirma estar aberto a uma aliança política com seu ex-partido.
"Há um processo de cooptação muito forte no Estado, em que o governo faz de tudo para ganhar por W.O., antes mesmo de qualquer disputa", disse Lúcio, referindo-se à ausência de oposição no Estado. "O jogo não terminou. Há o interesse de parecer que está tudo liquidado, mas não está. Há muitas questões até do cenário nacional que podem mudar tudo." Entre as imprevisibilidades, o ex-governador cita uma possível candidatura de Ciro Gomes (PSB) à Presidência, o que levaria o PT a ter candidato próprio ao governo no Ceará.
Apesar de demonstrar a vontade de liderar um grupo de oposição ao Governo, Lúcio admite que, em seu próprio partido, encontra resistência, como a deputada federal Gorete Pereira, que defende o apoio a Cid. "Eu cheguei numa altura da vida que não cobro nada de ninguém, nem quero ser cobrado", afirmou.
A reaproximação com os tucanos não apaga a mágoa de ter sido abandonado em 2006. "Me senti muito injustiçado." Na ocasião, Tasso e Ciro decidiram se unir em torno da candidatura de Cid, o que não foi aceito por Lúcio, que bancou sua própria candidatura sem êxito.
Agora, como observador, Lúcio diz acreditar que Tasso possa estar até arrependido. "De aliado, agora ele passou a refém", avalia. "Digo isso porque ele já manifestou a intenção de se candidatar ao Senado, os deputados do PSDB querem ficar com o governo e agora parece que pode ter uma contradição, já que o PT já disse que quer entrar na disputa ao Senado, com uma rejeição absoluta de não fazer coligação nos Estados com partidos que não apoiem a ministra Dilma à Presidência da República", disse.
"Nessas grandes coalisões, formadas com expedientes para cooptar partidos e lideranças, a médio e longo prazo começam a surgir os conflitos, porque o vínculo que os une é muito mais o interesse, o oportunismo, a ideia de sobrevivência politicamente."
Frases
"O jogo não terminou. Há o interesse de parecer que está tudo liquidado, mas não está. Há muitas questões até do cenário nacional que podem mudar tudo."
"Eu cheguei numa altura da vida que não cobro nada de ninguém, nem quero ser cobrado."
E mais
- Toda a entrevista ao O Povo foi filmada por sua assessoria, para integrar o arquivo do ex-governador e para que trechos fossem postados em seu blog. A postagem, porém, aconteceria apenas depois da publicação - ao contrário do que fez a Petrobras com seu polêmico blog.
- Em boa parte da entrevista, Lúcio retomou momentos de seu Governo para comparar com o atual. Segundo ele, o momento econômico do país era bem pior, havia uma forte oposição na Assembleia e uma cobertura acirrada da imprensa (especialmente do O Povo).
- Ele demonstra que não quer sair do bloco de apoio ao presidente Lula, mas, no Ceará, poderá estar ao lado da oposição.
- Lúcio admite que o PR poderá decidir ficar na aliança com o grupo de Cid. "Eu não vou me sentir à vontade, mas se for a decisão partidária..."
(Fonte: Jornal O Povo)
COERÊNCIA.
ResponderExcluirVocê leitor do Ceará pode não gostar ou não votar no ex-governador Lúcio Alcântara mas uma coisa deve ser reconhecida em tôda a sua trajetória política-partidária: SUA COERÊNCIA
Suas colocações são verdadeiras e com grande possiblidades de acontecerem, senão vejamos:
1. é possível a elição de um Presidente da República da oposição ao atual Govêrno? SIM, o ambiente no País favorece a isso.
2. O Ex-governador exerceu seu mandato em uma ambiente econômico totalmente adverso ao do atual Governador? SIM
3. O Deputado Ciro Gomes pode sair candidato a Presidente? SIM, tem demonstrado que é seu grande desejo.
4. Diante da cirscuntância anterior o PT vai apoiar o Governador Cid? NÃO
5. Agora, como eleitor e observador da política partidária do Ceará, é que temos uma grande maioria de fisiologistas, em todos os Partidos,onde a Assembléia Legislativa Estadual,é de uma subserviência sem igual, talvez hoje, uma referência neste quesito no cenário nacional.