O irmão do menino, o influenciador digital Paulo Henrique, narrou a saga da família em busca de atendimento para o garoto. Em uma série de stories, ele mostrou desde os primeiros atendimentos até o anúncio da morte do menino. O jovem mantém a denúncia de que houve negligência. O médico que atendeu a criança foi afastado e prestou depoimento à Polícia Civil no dia 25 de abril.
“Óbito em consequência de complicações de pneumonia aguda bilateral devida a Streptococcus pneumoniae. Outros diagnósticos: edema cerebral e necrose tubular aguda”, diz um trecho do laudo cadavérico emitido pelo Serviço de Verificação de Óbito (SVO), o qual o g1 teve acesso.
Ainda de acordo com o documento, o exame detectou a bactéria Streptococcus pneumoniae, que está entre as principais causas da pneumonia e meningite, porém, há ausência de achados morfológicos compatíveis com meningite aguda.
“O crescimento de Streptococcus pneumoniae no exame de cultura de fragmento do pulmão, em fragmento do cérebro e o liquor e a sua detecção por PCR (reação em cadeia de polimerase) no liquor, no sangue e no fragmento de pulmão evidencia septecemia por este agente etiológico. Ausência de achados morfológicos macroscópicos e microscópicos compatíveis com meningite aguda”.
Em nota, a Polícia Civil do Ceará informa que recebeu o laudo acerca da morte de um menino de três anos, ocorrida no último dia 18 de abril em uma unidade de saúde, no município de Itatira. “A Delegacia Municipal de Itatira, unidade responsável pelo caso, segue com as oitivas e diligências acerca do caso”, disse a polícia.
Família soube do resultado do laudo pela imprensa
Conforme o advogado Igor Furtado, que representa a família de João Gabriel, os parentes da criança ficaram sabendo do resultado do laudo cadavérico no fim da manhã desta segunda-feira, através de uma entrevista que o delegado que investiga o caso deu para uma rádio da cidade.
Durante a entrevista, o delegado Gustavo Henrique, da Delegacia Municipal de Itatira, cita que o laudo constatou que a criança teve meningite. Versão que é contestada pela família e pelo que consta no documento.
“Os familiares se sentiram constrangidos ao ter conhecimento de algo tão sério por meio da mídia. Inclusive, o próprio advogado tomou conhecimento primeiro pelas redes sociais e posteriormente pelo delegado”, disse Igor Furtado.
O advogado divulgou um vídeo falando sobre o caso, após o resultado do laudo ter se tornado público.
“O que está sendo apurado não é somente a causa-morte, mas todo o procedimento adotado desde o início, desde o primeiro atendimento desde o dia 17 de abril, por volta das 18h. Estamos tratrando do falecimento de uma criança de 3 anos de idade”, disse Igor.
Ainda conforme o advogado, ele fez novos requerimentos ao delegado, com a solicitação dos prontuários de atendimento da criança e o pedido para que outras pessoas sejam ouvidas.
Do Repórter Ceará (Foto: Arquivo pessoal)
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