“Eu só não quero que o Clébio Pavone e o Dr. Pedro ganhem. Deus me defenda, porque todos dois são comprometidos com essa causa gay. Nós temos que orar a Deus e fazer a nossa parte, não deixar isso acontecer”, disse o pastor em um dos áudios.
“O crente que vê o cara se comprometer com a viadagem, creio que não vá votar em um homem desse. Eu tenho dificuldade de acreditar nisso […] Nós temos que passar esse vídeo para os crentes, para que eles não votem nessa carniça”, destacou o religioso, se referindo a um vídeo ainda não divulgado. Em um segundo áudio, pastor Gustavo diz que os candidatos querem “aviadar” Quixeramobim.
A fala carregada de preconceito gerou repercussão imediata. A comunidade LGBTQIA+ de Quixeramobim em nota revelou que a atitude do pastor pode ser considerada como crime de homofobia e “exigiu um posicionamento da classe política local” sobre o caso. O candidato Pedro Coelho (PT), disse em vídeo: “que engulam o ódio deles, que nós vamos continuar com a nossa campanha do bem, da felicidade e do amor.”
O candidato Clébio Pavone (PP), publicou em sua rede social uma mensagem bíblica pedindo: “paz, o amor e acima de tudo o respeito”. O postulante Cirilo Pimenta (PDT), em nota, disse “acreditar que a política e a gestão se faz para o cidadão, não importando suas convicções pessoais”. Ainda na nota, o candidato lembrou da Lei Municipal 2.815/2016, sancionada quando foi prefeito, que criou o dia da Diversidade Sexual em Quixeramobim, em 24 de Outubro.
Na manhã desta terça-feira, 27, em razão da repercussão de suas declarações, o pastor se manifestou, por meio de nota enviada ao site Quixeramobim Alerta. Confira:
“O motivo dessa mensagem é um áudio onde falo no calor das emoções, proveniente de um debate político, de forma agressiva e infeliz sobre dois candidatos à prefeitura de Quixeramobim. Reconheço que na hora do calor do debate, me excedi de forma grosseira e falei coisas que não deveriam nem serem pensadas, muito menos faladas. Por isso, quero me desculpar, não apenas com os candidatos em questão, mas com toda a população de Quixeramobim que é composta por pessoas do bem e da paz e não mereciam tamanha decepção comigo. Diante de tanta decepção comigo mesmo, eu gostaria humildemente pedir para quem ouvir qualquer comentário sobre este áudio, esclareça, que ali não foi o Pr. Gustavo que falou, por ser calmo, pacífico e respeitador, ali foi um falho ser humano que na hora da raiva, proferiu o que não deveria. Lamento profundamente tal episódio, pois não gostaria jamais de ser visto como intolerante ou preconceituoso, até porque tenho vários amigos homoafetivos e os respeito, bem como convivo com eles sem nenhum problema. Meu erro foi me deixar levar pela raiva do debate e falar de maneira inconveniente”.
Homofobia é crime
O Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu, em junho de 2019, por 8 votos a 3, permitir a criminalização da homofobia e da transfobia. Os ministros consideraram que atos preconceituosos contra homossexuais e transexuais devem ser enquadrados no crime de racismo.
Conforme a decisão da Corte, praticar, induzir ou incitar a discriminação ou preconceito em razão da orientação sexual da pessoa poderá ser considerado crime, com pena de um a três anos, além de multa. Se houver divulgação ampla de ato homofóbico em meios de comunicação, como publicação em rede social, a pena será de dois a cinco anos, além de multa.
Em contato com o Delegado de Quixeramobim, Thiago Salgado, na manhã desta terça-feira, 27, até o fechamento desta matéria não havia nenhuma representação contra o pastor pela fala proferida. O candidato pelo Pros à Prefeitura do município, Marcos Rogério, foi o único, até o momento, que não se manifestou sobre o assunto. (Do Repórter Ceará)
Meu apoio ao pastor falou a verdade.
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