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segunda-feira, 13 de novembro de 2017

Fé e devoção na 35ª Caminhada da Seca em Senador Pompeu

Senador Pompeu recebeu neste domingo, 12, a 35ª Caminhada da Seca, em homenagem as vítimas que morreram no campo de concentração da Barragem do Patú, no período da seca de 1932.
Cruzeiro do Cemitério das Almas da Barragem do Patú
Todo ano, no segundo domingo de novembro, às 5 da manhã, uma verdadeira multidão sai da Igreja Matriz de Senador Pompeu, em direção ao cemitério da Barragem, onde acontece uma celebração eucarística em memória aos sertanejos que morreram de fome, sede, disenteria, tifo e sarampo. Situação essa mais agravada em virtude da grande seca que assolava todo o semiárido nordestino naquele ano.
Capela construída para homenagens 
Por causa da seca de 1932, milhares de trabalhadores rurais e suas famílias, retirantes da seca, vieram para Senador Pompeu, provenientes de todos os estados nordestinos em busca de trabalho e comida. A chegarem ao local, para não saquearem as cidades, foram mandados pelo governo para o canteiro de obras da Barragem, onde ficaram presos a uma vida verdadeiramente sub-humana. Nascia assim, o primeiro grande centro de concentração de seres humanos no Sertão Central.
Dom Edson, Bispo da Diocese de Iguatu
Em respeito a essa história, no ano de 1982 é iniciada a Caminha ao Santuário da Seca - Cemitério da Barragem, uma iniciativa do vigário da cidade na época, Pe. Albino Donati, no qual denominou o local de “Santuário da Seca”. "A ideia da caminhada surgiu baseada no seguinte pressuposto. Como no dia 02 de novembro reverenciamos os nossos falecidos, o sacerdote então, escolheu o segundo domingo de novembro para reverenciar aqueles nossos irmãos anônimos que passaram a ser homenageados e hoje são cada vez mais lembrados nesta caminhada que tem aumentado a cada ano, que já está se transformando numa tradição de religiosidade popular reunindo milhares de romeiros", revelou Neto Camorim, professor e historiador da Ong. Iphanaq.
Lista de cidades que tem registro de campos de concentração no Ceará
"É importante perceber o quanto essa história continua viva na memória do povo. A cada ano que tenho participado observo que cresce essa caminhada de fé em homenagem a esses pobres sertanejos que foram concentrados e acabaram morrendo de fome, sede e muitas doenças, sendo de acordo com a fé e a religiosidade popular, almas milagrosas", ressaltou o historiador que participou da caminhada. É costume ser distribuído gratuitamente água a todos os participantes. Fato curioso, cheio de mística e fé, é quando as pessoas chegam ao cemitério da Barragem. Muitos derramam suas águas nos túmulos e acendem velas em homenagens as vítimas desse flagelo.

Postado por: Jornalismo - Sistema Maior de Comunicação - Com informações e fotos da Ong. Iphanaq

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