Um motorista é multado a cada 20 minutos em Fortaleza por dirigir falando ao celular. São 82 autuações por dia, em média. A gravidade das consequências da quarta infração mais registrada na Capital move Justiça e Legislativo a endurecer as punições para quem teima em dividir a atenção no trânsito com o celular. O motorista que provocar acidente por isso responde por crime doloso (cometido intencionalmente).
Segundo a Autarquia Municipal de Trânsito, Serviços Públicos e Cidadania (AMC), 27.224 infrações do tipo foram registradas de janeiro a novembro de 2012. O gerente de operações do órgão, Disraeli Brasil, destaca que o número poderia ser bem maior, caso a Autarquia tivesse mais efetivo para fiscalizar o trânsito.
Só O POVO flagrou 20 motoristas com celular em mãos, em apenas meia hora de observação no cruzamento das avenidas Virgílio Távora e Dom Luís, ontem. “Assim se vê como a quantidade de infração registrada é bem menor. As pessoas insistem em dirigir com o celular no ouvido ou com fones”, afirma Disraeli.
Segundo o diretor de comunicação da Associação Brasileira de Medicina de Tráfego (Abramet), Dirceu Rodrigues Júnior, a distração pelo uso de celular ao volante aumenta em quatro vezes o risco de acidente. “O motorista compromete as funções cognitiva, motora e sensório-perceptiva, vitais para uma direção segura. Ele passa a dirigir mecanicamente, perde a visão periférica; a memória de onde passou”, explica.
Também não vale enviar torpedos enquanto dirige. Pesquisa do Laboratório Britânico de Pesquisa em Transportes (TRL) concluiu que receber ou enviar mensagens pode ser mais perigoso que dirigir bêbado: a capacidade de controle do carro piora 91% e as reações ficam 35% mais lentas.
Não à toa, ações do Judiciário e do Congresso Nacional visam tornar mais severas as punições ao infrator. Decisão do Tribunal Federal Regional da 1ª Região, em Brasília, abre precedente para que motoristas que causem acidentes fatais ou atropelem alguém enquanto falam ao celular respondam por crime doloso. Os réus serão julgados por um júri popular e estarão sujeitos a penas mais severas do que se condenados por um crime culposo (cometido sem intenção).
Já na segunda semana de janeiro, a Comissão de Viação e Transportes da Câmara dos Deputados aprovou reclassificar de média para grave a multa aplicada ao motorista flagrado dirigindo enquanto usa o celular. Se a mudança for aprovada Senado, a infração renderá cinco - e não quatro pontos na carteira. O valor a ser pago pelo infrator subirá de R$ 85,13 para R$ 127,69.
O aposentado e motorista Fernando Cruz, 64, concorda com a severidade da punição: “É uma forma de evitar infrações e consequentes acidentes”. O diretor da Abramet está de acordo. “Fiscalização e punição mais severas precisam acontecer para que a gente possa corrigir, a curto prazo, os absurdos vistos no trânsito brasileiro”, defende Dirceu Rodrigues. (Fonte: O Povo Online)
Postado por: Jornalismo - SMC
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