Até então escorregadio quando o assunto era a disputa pelo Governo do Estado em 2010, o senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) admitiu, ontem, a possibilidade de ser o candidato oficial dos tucanos nas eleições do próximo ano. As declarações foram dadas durante convenção do partido realizada na Assembleia Legislativa para eleger Marco Penaforte o novo presidente regional da sigla.
O anúncio veio depois de Penaforte provocar a plateia a reivindicar o “galego” de volta ao Palácio Iracema. “Estou disposto a aquilo que for necessário”, afirmou, ao ouvir do novo dirigente o reclame de que é preciso acabar com a ambiguidade vivida hoje pelos parlamentares da legenda. A bancada não se enxerga parte da administração, mas habitualmente vota a favor das matérias de interesse do Executivo.
Tasso chegou a comentar que o pensamento inicial não é lançá-lo candidato ao Estado – o tucano já disse preferir concorrer à re-eleição. Contudo, disparou que esse é o melhor momento para o PSDB ocupar o espaço deixado pela escassa oposição: “estou aí para segui-lo [Penaforte]. O presidente é que vai decidir para onde vou”.
Ele também falou em descoberta de novos nomes e renovação dentro do ninho. Porém, assumiu que, agora, as negociações de fato começam. E Tasso não descartou nenhum cenário. “A gente precisa discutir, porque tem que ver se isso é bom pro partido ou se isso é bom pro Ceará”, ponderou.
O tucano argumentou que trabalha para desvencilhar a imagem do PSDB a de personalidades isoladas, como ele. Para Jereissati, o foco deve ser a organização da agremiação em torno de projetos e não em cima de pessoas. “Rostos aparecem e desaparecem. As ideias ficam. Isso é o principal”, assinalou.Por conta disso, não deu como morta a articulação para colocá-lo na briga pelo Senado. Na última semana, ventilou-se uma aliança com o PR para Tasso e o ex-governador Lúcio Alcântara (PR) formarem uma dobradinha. Em paralelo, o prefeito de Maracanaú, Roberto Pessoa (PR), seria o candidato oficial ao Governo. A movimentação teria como objetivo enfraquecer a base de re-eleição de Cid Gomes (PSB). “Todas as possibilidades estão abertas ainda”, avaliou o senador.
90 DIASMal assumiu o comando do tucanato cearense, Marco Penaforte mandou seu recado: a partir de hoje, entra num intenso processo de conversação com as lideranças de interior do partido para bater o martelo quanto à candidatura de Tasso ao Governo. Pelas previsões, a oficialização da chapa do galego pode acontecer em 90 dias.
Entretanto, apesar de considerar Tasso o nome mais apropriado para um confronto com Cid Gomes, o presidente não rechaçou coligações com “partidos amigos”. Esses companheiros seriam DEM e PPS, representado na convenção de ontem pelo presidente nacional da sigla, Roberto Freire, que endossou o coro de Tasso tornar-se candidato ao Estado.
Penaforte ventilou também o cenário do senador não aceitar de maneira alguma disputar o Executivo. Caso isso aconteça, já trabalha-se com outros nomes. Segundo Marco, poderiam ser lançados o empresário Amarílio Macêdo ou o ex-secretário Assis Machado. “Mas há uma verdadeira euforia em torno da pessoa do Tasso. E um partido que tem um trunfo político como Tasso Jereissati, pode sonhar tudo, porque ele é uma liderança muito amada”, declarou, negando a tese de que esteja à frente de um partido esvaziado.
“ISSO NÃO É BOM”
O tom duro de Marco Penaforte atingiu até o principal projeto de Segurança Pública do governador. O Ronda do Quarteirão foi criticado por não ter conseguido conter o avanço da violência no último ano. Conforme o tucano, os índices de criminalidade aumentaram 10% neste período.
Para o presidente, a oposição precisa ser mais incisiva como forma de mostrar a Cid as falhas do programa. “Tem uma coisa esquisita no Ceará: não há oposição. Isso não é bom. Nem nos tempos da Ditadura Militar era assim. As pessoas parecem que têm vergonha de ser oposição. Que consenso é esse? O que está patrocinando isso?”, questionou.
Ele ainda cobrou dos correligionários mais atenção às estratégias traçadas para Fortaleza. O PSDB é tradicionalmente forte no interior, mas vem de sucessivas derrotas nas campanhas da capital. Ano passado, apoiou Patrícia Saboya (PDT) para a Prefeitura. Ficou em terceiro lugar porque, segundo Penaforte, as propostas foram frágeis e feitas de última hora.
Em seguida, criticou novamente a ambiguidade dos tucanos. “Nós não sabemos se somos Governo; nós não sabemos se somos oposição. Vivemos a pior coisa da política, que é a ambiguidade. Se a gente for quente, se tolera. Se a gente for frio, se tolera. Se formos mornos, seremos vomitados da política”, previu.
DE IMEDIATO
Mas a posse de ontem não foi só de alfinetadas e aspirações. Já houve a ordem de estreia. Penaforte quer dos prefeitos do interior a dissolução das alianças feitas com deputados oposicionistas ao PSDB em decorrência das eleições municipais do ano passado.Conforme Marco, caso a medida não seja adotada, a sigla fica sob pena de “definhar”. “Onde for possível rever, vamos rever. Onde não for possível, que vejamos uma compensação. Vou querer essa compensação. Pensem nisso”, alertou.
CONHEÇA O “NOVO” PSDB
Presidente – Marco Penaforte – já ocupou o cargo em 1996
1o Vice-presidente – Deputado federal Raimundo Gomes de Matos
2o Vice-presidente – Marcos Cals
Secretário-geral – José Moreira de Andrade
Secretário – Kamyla Castro
Tesoureiro – José de Ribamar Felix Beleza
Líder de bancada – Deputado estadual João Jaime
Vogal – Ex-governador Gonzaga Mota
Vogal – Ednilton Gomes de Soarez
Vogal – Silvana Fontenele
Vogal – Francisco César de Sousa
Suplente da Executiva – Deputado estadual Gony Arruda
Suplente da Executiva – Deputado estadual Fernando Hugo
Suplente da Executiva – José Irineu de Carvalho
Suplente da Executiva – José Glauco Lobo Filho
Conselho Fiscal - Ednilton Gomes de Soarez
Conselho Fiscal – Orlando Facó
Conselho Fiscal – Antônio Cláudio Mota de Aguiar
Suplente do Conselho Fiscal – Luiz Eduardo Barbosa de Morais
Suplente do Conselho Fiscal – Jaime Machado da Ponte Filho
Suplente do Conselho Fiscal –Maria Izelda Rocha de Almeida
(Fonte: http://www.oestadoce.com.br)
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segunda-feira, 26 de outubro de 2009
Tasso já fala em candidatura
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