E um dos temas que está sempre em discussão quando se fala em eleições municipais é a tão esperada renovação política. E dentro desse tema, a questão mais importante é saber se essa renovação realmente virá.
Uma resposta que parece simples, mas que tem duas faces é a seguinte: Sim, a renovação dos quadros políticos acontecerá, mas, levando em consideração as condições atuais, ela deverá ser parcial e limitada à apenas um dos poderes.
Trocando em miúdos, o que quero dizer é que é pouco provável que tenhamos uma onda de renovação que atinja o Executivo. O que se espera é que esse fenômeno aconteça somente no Legislativo, mas de forma bastante limitada, com o surgimento de alguns novos nomes impulsionados por um sentimento social de inconformismo com a política tradicional.
E quando falo em nomes novos estou falando de gente que nunca participou da política.
E a explicação que eu tenho para esse efeito limitado e parcial é que a relação entre eleitor e candidato, infelizmente, ainda é regida por uma velha estrutura clientelista que se mantém por meio da compra de votos e da troca de favores. É essa estrutura que estabelece, por exemplo, que quem quiser chegar ao poder terá que jogar o velho jogo da política.
Por isso, aos candidatos novatos, parece restar apenas duas opções: ou eles se rendem a esse sistema perverso e aumentam suas chances de progresso ou então eles terão que nadar contra a correnteza e tentar mudar o sistema político, o que, como todos nós sabemos, não é um desafio dos mais fáceis, mas também não é impossível.
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