O senador Romero Jucá (PMDB-RR) disse hoje (20) que a presidenta Dilma Rousseff está prejudicando a imagem do Brasil no exterior ao classificar o processo de impeachment de golpe.
“A nível internacional, a postura do governo e da presidenta Dilma, está, no fundo, comprometendo a imagem do país. Nós estamos muito preocupados com o tipo de mensagem equivocada e até maléfica que está sendo passada para setores internacionais que não têm o detalhe dos procedimentos constitucionais do Brasil e podem ser enganados com a tentativa de passar a imagem que há algum tipo de golpe”, disse Jucá, após participar de reunião de articuladores políticos com o vice-presidente Michel Temer, na capital paulista.
Dilma viaja amanhã (21) para Nova York, nos Estados Unidos, para participar, na sexta-feira (22), da cerimônia de assinatura do Acordo de Paris sobre Mudança do Clima, na sede da Organização das Nações Unidas (ONU). Ontem (19), em entrevista a correspondentes estrangeiros, no Palácio do Planalto, Dilma criticou o vice-presidente Michel Temer e o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), por conspirarem contra seu mandato.
Para se contrapor às afirmações de Dilma, Jucá, que ocupa a presidência do PMDB, disse que o partido está difundindo outra versão do processo de destituição para a imprensa estrangeira. “Nós estamos prestando informações a nível internacional. Ontem, eu, como presidente do PMDB, assinei uma nota que está sendo distribuída para todo o mundo”, ressaltou o senador.
Na semana que vem, Jucá disse que vai conceder entrevista para os jornalistas estrangeiros sobre os ritos do impeachment. “Exatamente, para que, depois da instalação, na segunda-feira, da comissão que vai fazer o julgamento da presidente Dilma, podermos esclarecer legalmente os passos que estão sendo tomados”, acrescentou.
Após a aprovação da instalação do processo de impedimento, pela Câmara dos Deputados, os senadores deverão, agora, julgar o mérito da questão. Em uma primeira votação, Dilma poderá ser afastada por até 180 dias. Em seguida, o tema será levado ao plenário mais uma vez, quando dois terços da Casa terão de aprovar a destituição da presidenta para que o processo seja consumado.
“É muito importante ressaltar que tudo está sendo feito de acordo, e em conjunto com o Supremo Tribunal Federal, sem nenhum tipo de anormalidade política ou jurídica no Brasil”, enfatizou Jucá. (Da Agência Brasil)
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