Em entrevista ao blog Jaime Arantes, de Quixadá, o radialista Sérgio Machado, diretor – presidente do Sistema Maior de Comunicação, falou de comunicação, política e desenvolvimento regional.
Confira:
O Radialista Sérgio Machado tem o nome conhecido e respeitado em todo o Ceará, especialmente entre os profissionais da comunicação. É diretor de uma das emissoras de rádio mais conceituadas da região. Com abrangência em mais de trinta municípios do interior do Estado do Ceará e transmissão em tempo real via internet, a Rádio Campo Maior é reconhecida no mercado da radiodifusão pelo profissionalismo e investimento constante em tecnologia e na profissionalização de seus colaboradores.
Assumindo o compromisso com a informação de qualidade, o Sistema Maior de Comunicação dispõe de um Departamento de Jornalismo atuante, com correspondentes nas principais cidades do país, acompanhando diariamente os fatos, levando aos seus ouvintes e internautas a notícia com responsabilidade, o que o credencia como um dos mais respeitados grupos de comunicação do Estado.
O trabalho desenvolvido pelo Sistema Maior de Comunicação tem um amplo alcance social, envolvendo os ouvintes e a população em geral na discussão dos fatos do dia a dia e em campanhas educativas nas áreas de saúde, educação e trânsito, bem como através dos problemas da cidade e dos principais fatos do Ceará e do Brasil.
As informações produzidas no Sistema Maior de Comunicação chegam ao público, seja no rádio, no portal, blog, ou através do mailing do grupo, que conta com mais de 30 mil endereços de email cadastrados.
O empreendimento tem à sua frente a liderança e visão do entrevistado de hoje no Blog Jaime Arantes. Por sua enorme contribuição social, inclusive por meio da Fundação Canudos, Sérgio Machado pode, sem dúvida, ser chamado de GENTE DA GENTE, um verdadeiro patrimônio cearense.
Sérgio Machado foi gentil em conceder a este blog a entrevista a seguir.
JAIME ARANTES: O Senhor é dono de uma das emissoras de rádio mais respeitadas da nossa região. Quanta relevância possui ainda o rádio em uma sociedade que se dirige cada vez mais à internet como fonte de informações?
SÉRGIO MACHADO: Jaime, fazer rádio requer muita responsabilidade e, principalmente, muito amor a comunicação. E nós fazemos isso com muito prazer. Temos uma equipe preparada e, é bom destacar: são todos profissionais da própria região, que se capacitaram aqui, que foram lapidados e entendem o real objetivo de se fazer comunicação. É uma luta, com cobranças e atualizações constantes. Esse negócio de que a Internet iria acabar com o rádio nada mais foi do que um blá, blá, blá. Na realidade, o rádio se reinventou com a Internet, que veio para fortalecê-lo, ampliando seu alcance. O rádio é, ainda, a maior paixão dos brasileiros, por conta de sua instantaneidade e dinamismo, pelos serviços prestados à população, por isso acho que temos muito a ganhar com a Internet, se soubermos nos utilizarmos do seu alcance para ampliar a nossa atuação.
JAIME ARANTES: O que, na opinião do Senhor, torna uma fonte de informação merecedora de credibilidade?
SÉRGIO MACHADO: Para mim, o que dá credibilidade a uma fonte de informação é, em primeiro lugar, o respeito ao público. Tendo em mente isso, as informações divulgadas tem que colaborar com a sociedade, tem que ser de interesse da população, da forma mais transparente e imparcial. Não somos donos da verdade, não estamos aqui para julgar, mas para apresentarmos os fatos. Com uma informação limpa, sem posicionamentos desnecessários, a população tem plenas condições de formar sua opinião própria. O nosso papel é, através da informação, dar as ferramentas para que cada um, de acordo com a sua consciência, possa construir seu posicionamento acerca dos fatos.
JAIME ARANTES: O que pensa acerca do fenômeno das redes sociais? Acredita que elas possuem mesmo poder de influenciar a opinião pública?
SÉRGIO MACHADO: Olha, as redes sociais estão aí, são uma realidade, o acesso é muito fácil. Por isso mesmo é necessário muita responsabilidade ao utilizá-las. Eu gosto de comparar as redes sociais a um automóvel: Você pode utilizá-lo para se locomover, ir ao trabalho, se divertir, mas também pode utilizá-lo de forma irresponsável e acabar com a sua vida ou de outras pessoas. O limite é seu, você tem que agir nas redes sociais atento para o fato de que a Internet não é um universo paralelo, suas ações e opiniões na rede podem, sim, ter repercussões sociais e até mesmo jurídicas. Acho muito bom que as pessoas possam se expressar, faz parte da democracia, o debate de idéias é legítimo, e isso acaba por influenciar, sim, a opinião pública, por isso é necessário muita responsabilidade ao utilizar esses meios.
JAIME ARANTES: Existem espalhados pelos quatro cantos do Brasil, rádios, blogs, portais de notícias e sites que são obviamente comprometidos com os donos do poder. Isso ocorre, em especial, nas esferas municipais. Acredita-se, inclusive, que algumas prefeituras paguem editores para tentar mascarar a realidade. Até que ponto o senhor acha que tais práticas são prejudiciais?
SÉRGIO MACHADO: Esse é um ponto muito delicado. Infelizmente bons e maus profissionais existem em todos os segmentos. Cada meio de comunicação tem sua linha editorial e seu âmbito de atuação. Alguns são mais voltados para a política, outros para a economia, enfim. Mas é preciso que se analise de forma isenta cada situação.
A oposição, por exemplo, geralmente é quem mais ataca a imprensa pelo espaço que é dado a situação (Isso em todo o País, em todas as esferas: municipal, estadual e federal), mas vejamos: É claro que quem está no poder vai estar em evidência, que as ações do prefeito, por exemplo, vão ser sempre divulgadas (as boas e as más), porque é do interesse público saber o que está sendo ou não feito. É óbvio que os meios de comunicação vão sempre querer entrevistar e ter em pauta assuntos relacionados a atuação do prefeito, do governador, da presidente. O povo quer e tem o direito de saber. Omitir-se, sim, seria muito estranho, não acha? A parcialidade é que preocupa. Seja para que lado for. Não se pode conceber um meio de comunicação tendencioso, nem para favorecer a situação, nem para a oposição.
Fazer comunicação é complicado. Você ouve os dois lados, mas ainda vai ser acusado pela A de só ouvir o B e pelo B de só ouvir o A. É muito comum a oposição, principalmente, ser mais agressiva; muitos acham que o comunicador tem que publicar tudo quanto é ventilado contra a administração e se não fizer isso, é porque está do lado do prefeito, ou governador ou presidente. Mas não se faz comunicação baseada em boatos. Quando uma acusação é séria, pode ser comprovada, tem alguém que se responsabilize, tudo bem, mas muitas vezes há quem queira apenas usar a imprensa para atacar e esse não é o nosso papel, como também não é defender, mas sim sermos imparciais e responsáveis.
JAIME ARANTES: O Senhor é bastante respeitado em todo o nosso estado, especialmente por aqueles que trabalham com comunicação. Acha saudável que o dono de uma mídia busque formas de prejudicar outros que talvez possuam mídias semelhantes? Que qualidades se deve cultivar visando a convivência pacífica em um mundo onde é possível expressar com tanta facilidade pontos de vista inteiramente diferentes?
SÉRGIO MACHADO: Uma coisa que eu aprendi desde menino, em casa, foi a construir com meus esforços e mérito, sem ter que, para isso, derrubar ou denegrir ninguém.
Eu tenho um profundo respeito pelos meus concorrentes, gosto de fazer parcerias e de colaborar. Quem me conhece, seja nas minhas relações de amizade ou profissionais sabe da nossa postura. Acho que, principalmente nós que fazemos comunicação no interior, temos mais é que buscar a união, o fortalecimento da categoria. Há espaço para todo mundo, o mercado só vai excluir, com o tempo, os maus profissionais. A ética profissional requer que façamos o nosso melhor, não para derrubar ninguém. Isso é o certo.
Eu trabalho com rádio desde os treze anos de idade, passei por rádios da capital e Quixadá antes de chegar à Quixeramobim e à Direção do Sistema Maior de Comunicação. Galguei todos os postos dentro da emissora, fui locutor, diretor de programação, até chegar à presidência e sempre fui adepto do respeito e do diálogo, mantenho boas relações com companheiros de rádio da região e de todo o interior e capital do Estado. Não somos uma ilha, estamos aqui para somar.
JAIME ARANTES: Por analisar os eventos que virarão notícia, as pessoas ligadas à imprensa muitas vezes possuem uma visão privilegiada dos assuntos. Temos notado que o município de Quixeramobim tem conseguido atrair muito mais investimentos do que Quixadá. Como homem de visão aguçada, e sem pensar em termos de concorrência entre cidades, mas partindo para o pragmatismo, o que o senhor acha que é o ponto decisivo para a ocorrência desse fenômeno?
SÉRGIO MACHADO: O primeiro ponto que precisamos destacar é a conjuntura local. Quixeramobim vive um processo de desenvolvimento iniciado há décadas. Vários investimentos vem sendo feitos no município ao longo dos anos. Investimentos privados e públicos. E uma coisa vai atraindo a outra, as coisas vão acontecendo. Claro que a atuação política é importante, fundamental. Vejo Quixeramobim com uma maturidade política, uma organização política e social, um diálogo com a comunidade que são muito favoráveis a esse crescimento. Independentemente de quem está no poder, temos um histórico de grandes parcerias com os poderes estadual e federal em prol do município. E o crescimento de Quixeramobim é bom para toda a região. Você vê aí o Hospital Regional sendo construído. É uma obra grandiosa que vai beneficiar vários municípios e, podemos dizer com segurança, Quixadá será o segundo município mais beneficiado, até mesmo pelo acesso. Acho que mais do que nunca temos que ter uma visão holística, acima de bairrismo e outros interesses menores. É essa postura que tem feito com que Quixeramobim tenha se destacado na região e eu acho que esse é o caminho.
JAIME ARANTES: Fale-nos um pouco, por favor, sobre a Fundação Canudos e como sua atuação tem beneficiado, em especial, Quixeramobim.
SÉRGIO MACHADO: Olha, Jaime, A Fundação Canudos tem por objetivo fomentar a cultura e o desenvolvimento do nosso município através de ações que visem fortalecer a identidade cultural, a organização social e o protagonismo cidadão. Nós temos um evento chamado Quiarte, que é uma mostra de arte e cultura já realizada por três edições que fez do município um pólo de cultura, com as mais diversas expressões artísticas, promovendo o intercâmbio entre os artistas locais e de outras regiões e com a apresentação de dezenas de espetáculos de artes que contemplam o teatro, a dança, a música, cinema, além de artes plásticas. Isso é uma semente que foi jogada ao solo e que cultivamos com muita dificuldade, porque fazer e promover cultura ainda é uma atividade que tem dificuldade de apoios tanto públicos como privados, mas estamos na luta e diariamente damos a nossa contribuição, com a nossa emissora Canudos FM, com o apoio a outras entidades e iniciativas que visem a consecução dos objetivos sociais e a prestação de serviços almejados pela Fundação.
JAIME ARANTES: Quanta importância o senhor atribui a Associação de Imprensa do Sertão Central? E como acha que a AISC poderia ajudar ainda mais os seus filiados a aderirem às boas práticas do mundo da comunicação?
SÉRGIO MACHADO: Acho que toda iniciativa que venha a contribuir para a capacitação e a valorização dos profissionais, com o fortalecimento do segmento é válida. A imprensa é o quarto poder. Isso é uma responsabilidade muito grande. A sociedade espera muito de nós e mais do que nunca a profissionalização é necessária. Não se concebe mais, por exemplo, que o profissional não se valorize não se imponha, não tenha respeito por si mesmo e pela sua profissão. Não há mais espaço para aquele que troca o espaço pelo pãozinho na padaria da esquina. O profissional da imprensa não é moleque de recado, merece respeito e o rádio do interior precisa ser igualmente respeitado e valorizado. Acho que a associação precisa pôr o pé no chão, buscar o diálogo e promover a união e a capacitação dos profissionais.
JAIME ARANTES: Na opinião do senhor, porque é importante que as prefeituras possuam uma equipe de comunicação composta por profissionais capacitados?
SÉRGIO MACHADO: Olha, tudo que você se propõe a fazer, que seja feito com profissionalismo, com excelência, em qualquer segmento. No setor público isso não é diferente. Aliás, deve ser observado com mais rigor porque a administração pública tem o dever de informação e de transparência nos seus atos.
Já vi cada coisa sendo publicada demonstrando um amadorismo e até mesmo falta de capacidade de assessores que só reforçam a minha opinião de que muitos gestores não atentaram ainda para a importância de uma assessoria profissional, ignorando os prejuízos que maus profissionais podem trazer às suas gestões, pois muitos atrapalham mais do que ajudam. Logo, uma boa equipe de comunicação é fundamental.
O gestor não deve apenas preocupar-se com os órgãos executivos, mas também em estar cercado de profissionais capacitados que possam manter a população bem informada. Esse é um trabalho que vai desde a redação e emissão de comunicados e notas oficiais a prestação de contas do município. É um dos pilares de sustentação da administração pública o diálogo com os seus representados.
FIM DA ENTREVISTA
Ao final da entrevista, Sérgio Machado fez a seguinte observação:
"Obrigado, Jaime pelo convite. Quero lembrar que estamos à disposição. Parabéns pelo trabalho. Tenho acompanhado diariamente seu blog para me informar dos acontecimentos em Quixadá."
Postado por: Jornalismo - Sistema Maior de Comunicação
Nenhum comentário :
Postar um comentário
O blog Quixeramobim Agora é uma ferramenta de informação que tem como características primordiais a imparcialidade e o respeito a liberdade de expressão.
Contudo, em virtude da grande quantidade de comentários anônimos postados por pessoas que se utilizam do anonimato muitas vezes para ferir a honra e a dignidade de outras, a opção "Anônimo" foi desativada.
Agradecemos a compreensão de todos, disponibilizando desde já um endereço de email para quem tiver interesse em enviar sugestões de matérias, críticas ou elogios: jornalismo@sistemamaior.com.br.
Cordialmente,
Departamento de jornalismo