Enquanto o Governo Federal enfrenta uma corrente de greves em várias esferas, causando transtornos para milhares de brasileiros, servidores públicos do Sertão Central se reúnem para evitar futuras crises dessa natureza. A iniciativa está sendo tomada pelo Sindicato dos Servidores Públicos do Sertão Central (Sindsep), com sede em Quixadá.
O Sindsep pretende apresentar uma carta-compromisso com uma plataforma de ações objetivando melhorias, para os servidores e para a população. Os gestores públicos e candidatos ao cargo majoritário e ao poder legislativo de Quixadá, Banabuiú, Choró, Ibaretama e Ibicuitinga foram convidados.
De acordo com a presidenta da entidade, professora Francisca Neiva Esteves da Silveira, o objetivo do encontro é assegurar junto aos atuais e futuros gestores dos cinco Municípios o cumprimento das propostas.
"Não se trata de mera reivindicação salarial, mas de assegurar um trabalho salutar para todos. O trabalho decente é uma campanha mundial da Organização Internacional do Trabalho", afirma. No Brasil, a Confetam, presidida pela professora Graça Costa, defende esses princípios em todos os Municípios. O Sindsep de Quixadá e região faz essa reivindicação por meio de sua Plataforma Sindical, acrescenta a líder classista.
Um exemplo citado por Neiva Silveira é a situação dos garis de Quixadá. Expostos ao sol, a poeira e a possíveis doenças provocadas pelo contato direito com o lixo, não utilizam nenhum tipo de equipamento de segurança. A sociedade também acaba perdendo. Quando o servidor precisa de licença médica raramente existe outro para substituí-lo.
Prejuízos
A coleta acaba sendo prejudicada. O lixo despejado na rua atrai insetos e ratos. O problema acaba voltado para dentro da casa do cidadão, de forma mais grave. Nos hospitais da região a realidade é praticamente a mesma. Auxiliares, enfermeiros e até os médicos, sem os equipamentos necessários não podem prestar os serviços adequados para os pacientes. O descontentamento acaba provocando atritos a até agressões aos profissionais da saúde. No trânsito e na segurança pública não é diferente. Apesar de essenciais para ao convívio harmônico, quem se dedica a essas atividades é desvalorizado e desrespeitado.
Acerca dessas questões o sindicato faz uma reflexão: metade da humanidade vive atualmente nas cidades. Em 2030, serão 60% da população vai se concentrar nessas regiões e, em 2050, o total devera estar em 70%. No Brasil, a população urbana chega a 85%. E, na medida em que as cidades vão crescendo em tamanho e população, aumenta também a dificuldade de se manter o equilíbrio espacial, social e ambiental e a necessidade de oferecer uma qualidade no serviço público municipal em suas diferentes dimensões.
A sensibilização, a mobilização e oferecer ideias criativas e dignas para o desenvolvimento econômico, social e ambiental de forma sustentável são as alternativas apontadas. A representante dos servidores públicos reconhece que são grandes os desafios. Mas espera contar com o engajamento de toda a sociedade na realização de ações exitosas, as quais contribuam para o desenvolvimento do modelo ideal. A Plataforma Sindical será apresentada no início da noite desta sexta-feira, no auditório do Colégio Sagrado Coração de Jesus, no Centro de Quixadá. Na oportunidade, prefeitos, vereadores e candidatos aos cargos eletivos serão convidados a assinarem o documento.
Dentre as propostas constam a reestruturação administrativa, tanto no eixo político como estrutural, inclusive, implantando o Sistema de Avaliação de Postos; a realização de um mapeamento da Pobreza Local identificando as pessoais mais pobres para incluí-las no Sistema Nacional de Combate à Pobreza, por meio do Programa Brasil sem Miséria; estabelecer metas e prazos concretos face aos Compromissos da Plataforma Cidades Sustentáveis, bem como um programa de monitoramento destes compromissos políticos.
Pauta
A pauta de reivindicações exposta por meio da Plataforma Sindical para as eleições de 2012 é resultado da persistência na reivindicação da igualdade, diversidade, justiça social, liberdade de expressão, participação social democrática, além de transparência no acesso inteligível aos organismos públicos de beneficiamento universal dos direitos sociais.
Além disso, o Sindicato afirma a defesa da implementação de políticas de promoção da equidade de gênero como meio para se chegar à real meta: a igualdade, entre homens e mulheres, no serviço público municipal, o que ainda provoca acentuada desigualdade entre os gêneros. (Fonte: Jornal Diário do Nordeste)
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