Dezenas de servidores públicos deste Município estão passando por uma situação desagradável. Os nomes deles foram incluídos no SPC e Serasa. Passaram a receber cartas de cobrança em razão da inadimplência de empréstimos junto à Caixa Econômica Federal (CEF).
Quem ficou com o "nome sujo" está revoltado com a Prefeitura do Município. Os créditos foram retirados no banco por meio dos contratos consignados. O desconto é feito todos os meses diretamente nos salários. Contudo, a Prefeitura não está efetuando o repasse para o agente financeiro. Por conta dos transtornos, alguns já pensam em ingressar com ações na Justiça.
A irregularidade foi constatada a partir do vereador Silvino Rodrigues. Segundo ele, foi procurado por um auxiliar de serviços da Prefeitura. O funcionário público não entendia por que o nome dele estava no cadastro de inadimplentes dos dois serviços de proteção ao crédito. Acreditava não estar devendo nada.
Mas, as prestações estão atrasadas desde novembro do ano passado. Somente agora teve acesso ao extrato da Caixa. O documento prova: os descontos no salário do servidor não foram repassados para o banco. "Isso é grave. Apropriação indébita também é crime", diz o vereador.
Com as provas na mão, o representante da Câmara de Vereadores de Choró, pretende denunciar o caso ao Ministério Público. Ele havia feito a acusação na Casa Legislativa, de improbidade administrativa, na última sessão ordinária do primeiro semestre.
Questão social
Silvino Rodrigues confessa pertencer à bancada oposicionista, mas assegura não se tratar de motivação política. Para ele, trata-se de uma questão social e moral. Ele diz que, na condição de porta-voz do povo, se sente na obrigação de auxiliar os menos afortunados. Quem foi lesado financeiramente também entra na lista, segundo aponta. Conforme levantamentos preliminares feitos pelo parlamentar municipal, aproximadamente 100 servidores estão sendo prejudicados. Na maioria, são assalariados. Não se pronunciam com receio de represálias. Poucos estão dispostos a se expor publicamente. O gari Luiz Batista Ferreira é um deles, e está indignado. Ele começou a trabalhar na Prefeitura de Choró há 19 anos. Jamais imaginava ser enganado dessa forma. Ele retirou R$ 5.400,00 para construir sua casa própria. O empréstimo deveria estar quitado dentro de 60 meses. Pelo jeito, vai atrasar. Ele confessa estar preocupado com o problema.
Os professores do Município estão apreensivos. Dois deles já sentiram na pele os efeitos do empréstimo consignado administrado pela Prefeitura. Um deles pretendia comprar um televisor novo numa loja, em Quixadá. O outro acompanhou o amigo, caso precisasse de fiador. Ambos foram surpreendidos com o bloqueio do crédito. Ficaram revoltados.
"Isso é um absurdo. A gente se esforça e se sacrifica para não deixar atrasar nenhuma conta e acaba sendo prejudicado por quem menos espera. Foi constrangedor. Vou exigir meus direitos", desabafou.
Quem se manifestou sobre o problema em nome da Prefeitura de Choró foi a secretária de Finanças, Mikaelle Jucá Sousa. Ela contesta as acusações do vereador. Afirma não haver irregularidades do pagamento dos empréstimos consignados dos servidores. Confirma conhecimento das cartas emitidas pela Caixa.
Entretanto, a correspondência desagradável é enviada em razão de o convênio ter como data para pagamento dos empréstimos o dia 23 de cada mês. Como os servidores recebem o salário somente no dia 10, só é possível efetuar o repasse no dia seguinte. "Temos esse problema somente com a Caixa. O Banco do Brasil e o Bradesco não ficam importunando nossos servidores. Estamos procurando uma solução através de nosso departamento jurídico", acrescentou.
A reportagem do Diário do Nordeste tentou contato telefônico com a Caixa Econômica, mas, até o encerramento desta edição, ninguém se pronunciou. (Fonte: Jornal Diário do Nordeste)

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