Durante todo dia de ontem, o senador Tasso Jereissati dedicou-se a conversas com correligionários e possíveis aliados na formação de uma frente política contrária à reeleição do governador Cid Gomes (PSB). Na opinião do senador, as forças não alinhadas ao governo devem assumir o papel de obstaculizar um processo de consagração que está em andamento, e que visa estabelecer no Ceará uma dinastia política, tendo à frente o atual governador. A posição de Tasso já está tomada e não haverá mais retorno, a despeito de gestões que estão sendo efetuadas para um entendimento entre ele e Cid. Não há mais condições para esse entendimento. O PSDB já decidiu que terá candidato próprio e procura a soma de outras correntes da política estadual que se mostrem também interessadas em apresentar alternativas ao eleitorado cearense.
Neste sentido, Tasso Jereissati e Lucio Alcântara estão de acrodo, mas uma desejada chapa unindo-os não se consolidará, pois todo o esforço que os une esbarra na verticalização da sucessão presidencial. O PSDB quer o ex-governador de São Paulo, José Serra, na Presidência da República, e o PR apoia incondicionalmente o nome de Dilma Roussef.
Não obstante, ambos se empenham na elaboração de propostas alternativas para o eleitorado cearense não chegar às urnas sem ter opção de escolha. Ontem, ao final da tarde, Tasso convocou ao seu gabinete em Fortaleza o prefeito de Maracanaú, Roberto Pessoa (PR), onde conversaram a respeito da formação de uma estratégia de oposição. Na ocasião, Roberto Pessoa informou ao senador que o PR já tem decisão tomada neste sentido, e que o partido terá candidato ao Palácio Iracema, no caso, o ex-governador Lucio Alcântara.
PERFIL
A mesma meta de candidatura própria vem sendo perseguida desde a semana passada pelo PSDB. Na conversa com Roberto Pessoa, Tasso Jereissati não revelou quem seria o candidato do seu partido, mas garantiu que o PSDB irá às urnas com uma candidatura própria. Nos meios políticos do PSDB as atenções voltam-se preferencialmente para o nome do empresário Beto Studart, cujo perfil assemelha-se muito ao de Tasso no momento decisivo em que o senador foi cooptado pelo PMDB para derrotar o coronel Adauto Bezerra.
A decisão da escolha do nome que representará o partido será tomada hoje, mas somente será anunciada na próxima segunda feira, por uma questão superior que pode colocar o próprio senador Tasso Jereissati à frente da disputa. Ele próprio já admitiu esta hipótese, mas oferece resistências que não são aceitas pelos seus correligionários. A ruptura entre Tasso e Cid muda o quadro político estadual, garantindo ao PT lugar privilegiado no processo sucessório, uma vez que o deputado José Pimentel ganha fôlego extra na disputa para incluir o seu nome na chapa oficial como candidato ao Senado.
DECEPÇÃO
Em entrevista ao Portal IG, o senador cearense, referindo-se à questão do rompimento com o governador Cid Gomes, confessou a decepção com o rumo tomado pela política no Ceará, definindo-o como “mal traçado”, e que, para corrigi-lo, o PSDB lançará candidatura própria. Sobre a campanha vindoura, Tasso a qualificou de “dificílima, já que temos todas as forças contra nós, mas que é nosso dever [o do partido] lançar uma candidatura”. Quando perguntado se se sente traído por Cid, Tasso corrige: “Trata-se de uma grande decepção”.
Fonte:Jornal O Estado
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