O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, na sua passagem por Fortaleza, durante o dia de ontem, evitou, a todo momento, tecer quaisquer comentários sobre o cenário político de indefinição a cerca das candidaturas ao Senado, dentro da sua base aliada no Ceará.
Na entrevista coletiva que concedeu à noite, após participar do evento de lançamento do Banco de Sangue de Cordão umbilical e Placentário, o presidente assegurou que os candidatos daqui vão ser definidos pela aliança que será formada pelos partidos no Estado, repetindo o que havia dito anteriormente.
Logo que chegou a Fortaleza, na manhã de ontem, o presidente da República foi recebido pelo governador Cid Gomes e os deputados federais Eunício Oliveira e José Pimentel. Lula e Cid teriam passado cerca de 30 minutos sozinhos, o que gerou a especulação de que poderiam ter tratados do cenário eleitoral cearense.
Questionado pelos jornalistas, o presidente relatou que naquele momento estava ao telefone, inicialmente com o presidente da França, Nicolas Sarcozy, e posteriormente com o presidente do Irã, Marmud Armadinejad, sobre a questão da imposição de sanções ao Irã, nas quais o Brasil votará contra no Conselho da Organização das Nações Unidas (ONU).
Torcer
Sobre a polêmica envolvendo a possibilidade de candidatura ao Senado do deputado federal José Pimentel, Lula foi claro: "Eu não decido candidato a senador no Ceará. É a coligação que decide. Eu só posso torcer. Só isso", disse, interpelado logo em sequência se o ex-ministro da Previdência Social seria o seu candidato a senador aqui no Ceará: "O PT indicando, é claro que será meu candidato. Assim como os indicados pelo PSB, em qualquer Estado, serão candidatos do Cid. Isso não implica dizer que eu virei pedir voto", reforçou o presidente.
Namorada
Em resposta ao questionamento da reportagem do Diário do Nordeste sobre a ausência do deputado federal Ciro Gomes, que evitou vir ao Estado para não ter que participar do evento com o presidente, ainda resquício da retirada do seu nome da disputa pela Presidência da República, o presidente voltou a rasgar elogio para o cearense.
"O Ciro é um companheiro extraordinário, foi leal nos momentos mais difíceis do meu Governo. Ele deve está fazendo coisa melhor, no Rio de Janeiro, que é estar com a namorada, depois de uma viagem cansativa que fez. Mas asseguro que minha amizade com Ciro é eterna", disse.
Alianças
Na entrevista coletiva, o governador Cid Gomes (PSB), enfatizou que, a despeito das cobranças dos partidos aliados para que defina a aliança eleitoral, ele está ouvindo o seu partido, o PSB, inicialmente. Isso acontecerá, segundo ele, até sábado, data do terceiro encontro regional do PSB, em Guaramiranga.
"O passo seguinte é ouvir os partidos. Ao longo do meu Governo eu conto com o apoio do PSDB, portanto, o PSDB está entre os partidos com os quais eu irei conversar", reforçou o governador, ao complementar que ele mesmo nada tem a ver com as divergências entre PT e PSDB, assegurando que mantem boa relação com lideranças dos dois partidos.
Ao questionamento sobre uma possível rejeição sua à candidatura do deputado José Pimentel ao Senado, o governador disse: "Vocês só querem saber de política. Não é possível que seja só política" e encerrou a conversa.O governador Cid Gomes, segundo alguns dos seus correligionários, está trabalhando para fazer a coligação com todos os partidos que até o momento têm emprestado apoio ao seu Governo.
Fonte:Jornal Diário do Nordeste
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