O ex-governador do Estado e atual presidente do PR no Ceará, Lúcio Alcântara, pode ser a pedra que falta no sapato de Cid Gomes (PSB). Hoje, em entrevista por telefone ao Blog Eleições, Lúcio admitiu que, “se contar com o apoio do PT” aceita disputar a eleição contra o atual governador.
Alcântara afirma que a falta de alternativas é ruim para a democracia e para o Ceará: “Fico muito incomodado com a ideia de não haver uma outra candidatura para concorrer com a atual. É ruim para o Ceará e até mesmo para a democracia. O partido que tem maior condição de mudar esse quadro é o PT”.
O ex-governador, que em 2006 perdeu a disputa justamente para Cid Gomes (PSB), revela que sua possível candidatura ao Palácio Iracema dependerá das “circunstâncias e dos apoios”.
“No momento continuo trabalhando para a candidatura de deputado federal. Mas, muita coisa ainda pode acontecer daqui para lá”, afirmou.
Indefinições
Até o momento, é certo que Cid Gomes tentará a reeleição, mas apesar de não ter adversários fortes, seu projeto apresenta turbulência por causa do estremecimento das releções do PSB estadual com o PT, em função do impedimento da candidatura de Ciro Gomes (PSB) à Presidência da República. Além disso, o PSDB tem mostrado disposição para apoiar a reeleição de Cid. Tucanos e petistas afirmam que não desejam dividir o mesmo palanque.
Encontro
No início de abril, o ex-governador Lúcio Alcântara e a prefeita Luizianne Lins (PT) tiveram um encontro, em que, entre outros assuntos, conversaram sobre o quadro eleitoral no Ceará. O encontro aconteceu após a troca de elogios entre o governador Cid Gomes e o senador Tasso Jereissati, durante evento em Sobral.
A reunião entre Luizianne e Lúcio pegou muita gente de surpresa, entre os quais o deputado federal Eunício Oliveira (PMDB). Com a nova declaração de Alcântara, reforça a impressão de que aquela conversa pode ter sido o início de um acordo para dar voz ao principal opositor do atual governador.
Pressão
Na Assembleia Legislativa, parlamentares próximos a Lúcio Alcântara revelam nos bastidores que a aproximação entre PT e PR é um recado para pressionar o governador Cid Gomes e mostrar que em uma eventual ruptura, outras alternativas podem surgir no cenário eleitoral.
Numa conversa informal no Plenário da AL, deputados comentaram o assunto. Um aliado de Lúcio chegou a afirmar que “o PT tá dando corda pra deixar o Cid (Gomes) com receio e fechar com o (José ) Pimentel (PT)”.
Os Ferreira Gomes têm dito publicamente, em diversas ocasiões, que não aceitam pressão de aliados.
A polêmia está no ar. Como diria Drummond: “E agora José?”.
Fonte: Jangadeiro Online
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