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sexta-feira, 19 de junho de 2020

Queiroz pagou despesas de Flávio Bolsonaro, diz despacho de prisão

Ao determinar a prisão de Fabrício Queiroz, o juiz Flávio Itabaiana de Oliveira Nicolau, da 27ª Vara Criminal do Rio de Janeiro, alegou que o ex-assessor do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) poderia atrapalhar as investigações sobre o esquema de rachadinha na assembleia legislativa estadual (Alerj), do qual é apontado como operador do filho do presidente. Ele foi encontrado ontem (18), em Atibaia (SP), em um imóvel de propriedade do advogado Frederick Wassef, que defende Flávio no processo. O juiz também menciona pagamentos feitos em dinheiro vivo por Queiroz de despesas do senador.

Nas 46 páginas de seu despacho, o juiz destaca que o policial militar aposentado, mesmo fora do Rio, tinha influência sobre milícias e não se limitava ao papel de arrecadador de recursos entre os demais assessores de Flávio. O magistrado aponta, citando apurações do Ministério Público, que o investigado também transferiu recursos para a família do senador.

"A análise de suas atividades bancárias permitiu ao GAECC/MPRJ comprovar que Fabrício Queiroz também transferia parte dos recursos ilícitos desviados da Alerj diretamente ao patrimônio familiar do então deputado estadual Flávio Bolsonaro, mediante depósitos bancários e pagamentos de despesas pessoais do parlamentar e de sua família", diz trecho da decisão .

O juiz cita um depósito em espécie, no valor de R$ 25 mil, para a conta bancária da esposa de Flávio em 2011, quando ele era deputado estadual e tinha Fabrício Queiroz entre seus assessores. De acordo com o texto assinado por Itabaiana, o depósito foi feito pelo próprio assessor. Também aponta que o policial aposentado pagou mensalidades escolares das filhas do então deputado estadual.

De acordo com os investigadores, datas, horários e valores comprovam que Queiroz realizou os pagamentos em dois títulos nos valores de R$ 3.382,27 e R$ 3.560,28, pagos no dia 1º de outubro de 2018. As investigações também levantam suspeita sobre o pagamento do plano de saúde da família do senador. O valor foi pago em espécie, mas o recurso não saiu da conta do filho nem da nora do presidente, segundo o Ministério Público. (Do Congresso em Foco)

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