Em carta dirigida "ao povo brasileiro", o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva descartou cumprir o restante da sua pena de prisão em regime semiaberto, como pedido por procuradores da força-tarefa da Operação Lava Jato.
"Não troco minha dignidade pela minha liberdade", escreveu o petista. "Tudo que os procuradores da Lava Jato realmente deveriam fazer é pedir desculpas ao povo brasileiro, aos milhões de desempregados e à minha família, pelo mal que fizeram à democracia, à Justiça e ao país".
Lula disse que não aceita "barganhar meus direitos e minha liberdade" e que, "diante das arbitrariedades cometidas pelos procuradores e por Sergio Moro, cabe agora à Suprema Corte corrigir o que está errado".
A carta foi divulgada logo depois de visita de seus advogados, entre os quais está o ex-presidenciável Fernando Haddad, além de Cristiano Zanin Martins e da presidente do PT, a deputada federal Gleisi Hoffmann.
Confira a carta completa de Lula, clicando AQUI.
Na última sexta-feira, 27, membros do Ministério Público Federal (MPF) apresentaram solicitação para progressão do ex-presidente. A justificativa é que Lula já cumpriu um sexto da pena e tem bom comportamento, respeitando os requisitos estabelecidos no Código Penal e Lei de Execuções Penais.
Responsável pela administração da pena imposta, a juíza Carolina Lebbos pediu ontem documento que demonstre a conduta do condenado durante esse período, de modo a decidir.
Coordenador da Lava Jato no MPF, Deltan Dallagnol afirmou nessa segunda-feira, nas redes sociais, que a Justiça está apenas cumprindo a lei, "como faríamos no caso dos demais presos". Para ele, "o ex-presidente Lula, como os demais, deve cumprir nem mais nem menos", recebendo um "tratamento padrão". (Do O Povo Online)
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