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terça-feira, 3 de outubro de 2017

Esquema para fraudar concurso era liderado por PM

A tentativa de fraude no concurso para agente penitenciário no Ceará deixou como saldo 22 presos. Deflagrada na tarde de domingo, 1º, durante a realização da prova, a operação Boa Fé teve divulgados ontem os detalhes das prisões e de como funcionava o esquema de burla da prova. Como antecipado por O Povo ontem, foi comprovada a participação direta de policiais militares na chefia do esquema.

O soldado licenciado da PM Glaudemir Ribeiro do Nascimento, 35, é considerado pela Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco) o líder da quadrilha. Ele seria responsável por fazer a prova e, em seguida, passar o gabarito ao também PM Albanir Almeida Vasconcelos, 32, e ao guarda municipal de Fortaleza Aurélio Moraes da Silva, 35. Ambos também estão presos. Os dois repassavam, via ponto eletrônico, as respostas aos candidatos beneficiados. Segundo a Polícia Civil, de tão minúsculos, os equipamentos precisaram ser retirados dos ouvidos dos presos em uma unidade de saúde.

Três pessoas presas seriam beneficiadas pelo esquema. Eles teriam pago por volta de dez vezes o valor do salário inicial do concurso prestado. No caso da prova para agente penitenciário, a remuneração base é de R$ 3.747,29. Assim, por cada “cliente” neste concurso, o trio faturaria em torno de R$ 37 mil. De acordo com a Draco, a quadrilha liderada por Claudemir já teria arregimentado candidatos interessados no concurso do Departamento Estadual de Trânsito (Detran), marcado para janeiro.

“Para outros candidatos não serem prejudicados, a Polícia esperou os que eram monitorados saírem da prova para comprovar o flagrante. Tudo indica que o grupo trabalhava junto há pelo menos dez anos”, explica Harley Alencar, delegado titular da Draco. As investigações começaram há um mês.

Contra Glaudemir já havia dois inquéritos na Controladoria Geral de Disciplina (CGD). Em um deles, ele teria se passado por outra pessoa no teste de aptidão física, parte do concurso para a Guarda Municipal de Caucaia. Na casa dele, a Polícia encontrou vasto material de estudo com o qual se preparava para “fechar” as provas.

Outras 16 pessoas presas
Outros 16 concorrentes na prova foram presos. Eles estavam em outro esquema de fraude, aparentemente maior. No grupo, há pessoas de pelo menos seis estados. Entre eles, dois guardas municipais de Horizonte e Crateús. A Draco ainda busca os líderes dessa segunda quadrilha.

Com exceção dos agentes públicos, todos os presos foram liberados sob fiança de R$ 5 mil e vão responder em liberdade, podendo pegar de um a quatro anos de pena. Os policiais e guardas municipais seguem detidos e vão responder a processo administrativo, em que podem ser expulsos das respectivas corporações. (Do O Povo Online)

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