Mobilizados para mais um Encontro de Profetas da Chuva, estudiosos populares da natureza de várias cidades do Ceará e de estados vizinhos estão concluindo suas observações para apresentação no tradicional evento, realizado no segundo sábado de janeiro de 2014, neste município.
Eles não divulgam seus prognósticos antes da cerimônia especial promovida pelo Instituto de Pesquisa de Violas e Poesia Cultural Popular do Sertão Central. Esperam o momento certo para levarem ao conhecimento público as boas ou más notícias, principalmente para o sertanejo dependente da natureza para ter boa colheita no campo.
Além da herança histórica, a crença do homem do campo nos "Profetas da chuva" está associada aos acertos em suas previsões. A maior parte deles encontra nos sinais dos pássaros, dos insetos, na flora e nos astros, a chegada ou não de um bom inverno.
No encontro realizado no início deste ano, na Associação de Ovinos e Caprinos do Ceará (Acocece), no caminho do Açude Cedro, nesta cidade, 14 dos 24 profetas participantes, anunciaram chuvas tardias no Ceará, chegando somente a partir de março, abaixo da média pluviométrica de 700mm. O prognóstico se configurou e também foi o mesmo apontado pelos órgãos oficiais que tratam do assunto.
O comerciante João Soares e o engenheiro químico Helder Cortez garantem tratar-se de uma tradição cultural, com o objetivo de preservar os costumes herdados de pai para filho sertão adentro.
"Muitos curiosos ficam impressionados com a habilidade e a metodologia de observação utilizada pelos profetas da chuva. Apesar de descontraído, trata-se de um rico momento de demonstração da cultura popular, voltada para a ciência da natureza, apresentado por esses cientistas rurais", ressalta Soares.
O agricultor Francisco Leite Filho, o Chico Leite, é um deles. Segundo ele, a barra da Lua de 18 de outubro, o movimento das formigas de roça e as revoadas dos tetéus para construírem seus ninhos, em busca de lugares afastados da cama d´água do Açude do Cedro, onde ele cria gado em um dos lotes do Departamento Nacional de Obras Contra a Seca (Dnocs), são sinais suficientes para antever a situação do próximo inverno.
Com a proximidade do ciclo chuvoso as observações se acentuam, dando mais segurança ao seu pronunciamento. (Fonte: Jornal Diário do Nordeste)

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