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terça-feira, 13 de novembro de 2018

Relação com Legislativo ainda é problema para Bolsonaro

Em meio a atritos do governo de transição com os parlamentares ainda em mandato, o presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) cancelou as reuniões que deveria ter hoje com Rodrigo Maia (DEM), presidente da Câmara dos Deputados, e Eunício Oliveira (MDB), presidente do Senado.

A mudança na agenda, segundo Bolsonaro, ocorreu devido a um "mal-entendido" da assessoria, que entendeu errado quando o presidente eleito disse que gostaria de visitar Câmara e Senado. "Não quero audiência. Por quê? Eu falo com eles pelo telefone, eles falam comigo pelo telefone, não precisamos de audiência", argumentou Bolsonaro.

Contudo, para o consultor legislativo do Senado e professor do Instituto de Ciência Política na Universidade de Brasília (UnB), Rafael Silveira, a atitude pode ter sido um sinal.

"Parece uma resposta que ele está tentando dar para essa agenda negativa que foi aprovada agora, que pode ter repercussão no próximo ano. Parece que é um gesto de protesto", aponta.

O desagrado de Bolsonaro seria com a aprovação do aumento de 16% no salário dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e dos membros da Procuradoria-Geral da República (PGR) pelo Senado. A desavença com o Congresso foi agravada por declarações de aliados do presidente eleito.

Paulo Guedes, futuro ministro da Economia, disse que é necessário dar "uma prensa" nos parlamentares, enquanto o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL), filho do presidente eleito, afirmou que o perfil procurado para a presidência da Câmara é semelhante ao de um "trator".

"Eles estão mostrando um grande desconhecimento sobre como as coisas funcionam no congresso, uma certa intolerância a dialogar", avalia o professor do Departamento de Ciência Política da Universidade de São Paulo (USP), Glauco Peres.

"Aquilo que eles estão associando com 'toma lá, dá cá' é fazer política. Você cede, você entra em acordo, você convence. Você não vai tratorar o Congresso, essas coisas não existem", defende.

A relação conflituosa com o Congresso durante a transição de governo não necessariamente demonstra como serão as interlocuções nos quatro anos de Bolsonaro na Presidência.

"Nós temos um congresso que não tem compromisso nenhum de facilitar ou comprometer o mandato do novo presidente", explica Silveira.

"Não vai acontecer de o presidente ter predisposição para colocar agendas positivas, adiantando interesses do novo presidente. O congresso não está tendo essa disposição", considera.

Oposição
Glauco Peres acredita que Bolsonaro pode se utilizar do argumento de que a oposição está atrapalhando o governo, já que a maior bancada na Câmara pertence ao PT. (Do O Povo Online)

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