Francileudo Firmino de Farias tirou, pela primeira vez aos 35 anos, o documento de identidade. A falta do documento foi um dos motivos para que ele fosse vítima de um caso grave de injustiça, ficando três anos e quatro meses preso pagando por um crime que não cometeu. O caso repercutiu em todo o país.
Em uma abordagem policial, Francileudo se apresentou como Junior Gomes dos Santos, nome que o ex-morador de rua acreditava ser dele. Por coincidência, um outro homem com o mesmo nome respondia por assassinato, e os dois receberam a mesma ficha criminal.
Francileudo ficou preso Cadeia Pública de Juazeiro do Norte e foi solto em novembro deste ano. Enquanto isso, o verdadeiro acusado do crime, o outro Junior Gomes dos Santos, já estava preso em Caucaia, desde 2014.
A situação começou a ser esclarecida durante vistoria da Comissão de Direito Penitenciário, da OAB-CE. A advogada Evelyne Viviane Ramalho juntou as peças do quebra-cabeça, reunindo documentos, e provou que Francileudo Firmino de Farias era inocente da acusação de homicídio. Ele foi solto no dia sete de novembro.
O passo seguinte foi reunir informações sobre a família dele e encontrar a certidão de nascimento. A Pastoral Carcerária do Crato localizou familiares biológicos de Francileudo na Paraíba. Após buscas em cartório, foi localizada a certidão de nascimento de Francileudo.
“Ele ia passando todas as informações. Quando a gente não achava, ele ia dizendo outro lugar. Um parente conseguiu achar a mãe dele, que sabia que o nome dele era Francileudo, mas não lembrava o sobrenome. Até que foi feita uma busca no cartório e achada a certidão”, contou a advogada.
"A gente sem documento não é nada. Agora é só seguir, de cabeça erguida", diz Francileudo.(Do G1-CE)
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