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quarta-feira, 4 de novembro de 2009

O populismo na garupa das motos

Há muitas questões a levantar acerca da gestão de Cid Gomes (PSB), mas o senador Tasso Jereissati (PSDB) escolheu a pior. Negando a sua trajetória pessoal, o tucano mergulhou na onda populista que assola o País. Vejam o que deu no O POVO de 31 de outubro: ``O senador Tasso Jereissati aproveitou mais uma edição do projeto tucano Ceará em Debate, no município de Quixeramobim, para pisar em uma das feridas do governador Cid Gomes (PSB) no Interior: a fiscalização da Companhia de Policiamento Rodoviário (CPRV). Após reclamação de um eleitor, Tasso incitou a polêmica: -Quem mais quer falar sobre a CPRV?-. Uma mulher chorou ao dizer que os trabalhadores rurais da região estariam sofrendo perseguição pelo órgão. Outras três pessoas pegaram o microfone para protestar. Embora não tenha manifestado opinião, o senador fez questão de prolongar o debate e medir a insatisfação do público. -Quem acha que a CPRV está agindo correto levanta a mão! Ninguém? E quem discorda?-, questionou, ouvindo gritos e aplausos como resposta``. O senador não se posicionou diretamente, mas ficam claras as intenções ao promover esse formato para a discussão. Como autoridade parlamentar e ex-governador, a tarefa do senador deveria ser a de explicar a importância da ação do Estado na fiscalização das motos.

FISCALIZAÇÃO É COMBATE AO CRIME
Perceberam? Não apoiar a ação do Poder Público e incitar a população contra a obrigação do Estado virou bandeira política. Uma perigosa bandeira política, que estimula o roubo de motos, um dos crimes mais comuns no Ceará. Crime que, muitas vezes, se pratica com arma na mão e, não raramente, é seguido de morte. O Governo, a Secretaria da Segurança e o senador Tasso sabem muito bem que um dos motivos da fiscalização ostensiva é combater este tipo de crime. As motos roubadas alimentam um forte fluxo comercial no Interior. O motivo é óbvio: nos grotões, as motos roubadas podem circular mais livremente sem placas e sem documentos. Além disso, no Interior, são comuns os motociclistas sem licença para pilotar. Fato que alimenta as trágicas estatísticas de acidentes que entopem os hospitais de emergência em tratamentos que custam os olhos da cara do contribuinte. Além do grande rombo na conta da saúde, é imenso o prejuízo humano com as legiões de incapacitados físicos e mortos pelos corriqueiros acidentes envolvendo motos. Também, no vale tudo dos grotões, é comum o não pagamento dos impostos devidos ao Estado. Portanto, cabe aos cidadãos de bem apoiar as ações da CPRV no Interior. Detalhe: a crítica à atuação da CPRV une tucanos e boa parte da esquerda cearense.

TODO APOIO À AÇÃO DO PODER PÚBLICO
A olhos nus, um observador mais atento percebe facilmente o significado do transporte sobre duas rodas no Interior. Com preços atrativos as longas prestações fizeram explodir a venda e o uso de motos no País. Mais baratas, econômicas e com manutenção simples, as motos substituíram a força animal como meio de transporte. Até o trabalho do vaqueiro já é feito com motocicletas. Dessa forma, elas se tornaram um componente no cotidiano de milhares de famílias. Nos finais de semana, é comum vermos motos transportando pai, mãe e até dois filhos. Isso é motivo para afrouxar a fiscalização? Claro que não. Pelo contrário. Pregar ou prometer facilidades para o uso das motos é um lastimável populismo. Até aqui, o governador tem se mantido irredutível no seu dever de apertar a fiscalização. Nas visitas do Governo itinerante esse ponto costuma ser abordado por populares interessados em não pagar os impostos e em manter as motos sem a documentação adequadas. Inclua-se aí o seguro, item fundamental para esse tipo de transporte. Nada demais se não tivessem o apoio de políticos irresponsáveis(Fábio Campos)

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