Entre os prováveis motivos apontados por especialistas para o aumento de casos da doença estão clima propício, seca e aumento da população de Aedes aegypti. Para Robério Dias Leite, infectologista pediátrico em Fortaleza, no caso do Ceará, a seca foi fator determinante. "Tivemos um grande período de seca, e neste ano uma melhora, mas ainda estamos abaixo dos níveis médios de chuvas no estado. Isso favorece porque durante a seca as pessoas tendem a armazenar água e isso contribui no desenvolvimento do mosquito", explicou.
A existência de uma alta nos casos de dengue pode indicar um aumento futuro dos casos das outras arboviroses. "No Ceará, a gente já estava observando um aumento nos casos de dengue. Essas duas coisas estão muito relacionadas ao mosquito, provavelmente uma expansão grande do vetor por lá. Então, você prepara o terreno para a doença. Quando você tem uma grande densidade de Aedes aegypti em alguma localidade, o terreno está pronto, qualquer pessoa contaminada que chega ali começa a ter o material propício para fazer um novo surto", avalia Antonio Bandeira, infectologista e pesquisador da Universidade Federal da Bahia (UFBA).
O médico Robério Dias Leite chama a atenção para a necessidade de mais pesquisas que comprovem se os vírus da zika, dengue e chikungunya competem entre si "por espaço" nos mosquitos. Um estudo divulgado pela revista "Nature" em maio deste ano aponta para a possibilidade de que os três vírus sejam transmitidos na mesma picada do Aedes. (Do G1-Ceará)
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