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terça-feira, 31 de maio de 2016

Madalena: “Uma das coisas que acho que a gestão perdeu também foi a credibilidade”, diz pré-candidata Sônia Oliveira

O Sistema Maior de Comunicação entrevistou nesta terça-feira, 31 de maio, a pré-candidata a prefeita de Madalena, Sônia Oliveira Costa, como parte da série Nomes Cotados.

Além de vereadora de primeiro mandato, Sônia é comerciante e está filiada ao PMDB. A parlamentar é oposição ferrenha à atual gestão municipal que tem à frente o Coronel da reserva, Zarlul Kalil Filho.

Vereadora, hoje quais nomes estão em torno de sua pré-candidatura? Atualmente o município teria quatro vias políticas?
Hoje o cenário tem quatro pessoas que estão se posicionando interessadas em participar desse processo político. O tempo vai definir quem vai enfrentar esse processo em Madalena e, hoje, você falou das lideranças, a gente tem feito um trabalho em três anos para que possamos agregar e compartilhar nossas idéias. Temos hoje uma liderança política, que é o ex-prefeito Wilson de Pinho, o vice-prefeito Eurivando Vieira [...] Além disso, temos pré-candidatos a vereadores. São pessoas que estão se preparando para as próximas eleições.

Por que se filiar ao PMDB?
O meu primeiro partido foi o PRB, mas houve um convite do presidente municipal do PMDB, Wilson de Pinho, e eu achei interessante que a gente fizesse essa composição, que a gente fizesse essa mudança de partido para melhor se posicionar diante desse quadro político.

A senhora é vereadora de primeiro mandato. Acha que o momento é esse para tentar a cadeira do executivo? 
Acho que sim. Acho que estes três anos e meio que estamos como vereadora nos credencia sim. Pelo conhecimento, pelo trabalho que exercemos, pela forma que temos acompanhado todos os passos da Prefeitura, o que está faltando, onde está errando, onde poderia ter acertado. Então esse trabalho como vereadora nos possibilita conhecer o município.

Como você avaliou a desaprovação das contas do ex-prefeito Wilson de Pinho, que era tido como pré-candidato a prefeito? Avaliou como vingança?
Eu digo que sim. Porque foram votadas três contas do ex-prefeito, uma delas foi aprovada, e lá a gente sentiu que era um problema político. Até vou usar esse termo vingança pelo fato do Wilson não está aprovando a maneira como o prefeito está administrando.

Acha que faltou gratidão?
Faltou sim! De muitos deles que sempre estiveram com ele o tempo todo e o Wilson ajudou e eles, naquele momento, se posicionaram apenas fazendo aquela leitura de que ele não seria candidato com essa desaprovação.

Quando do afastamento do atual prefeito, assumiu o vice, Eurivando Vieira, e articuladores apontaram a participação da senhora na administração interina. Você acha que esse momento ao lado do Eurivando lhe favoreceu politicamente? E qual sua avaliação dessa gestão?
A avaliação que eu faço desse momento em que o Eurivando ficou na Prefeitura durante seis meses é de que foi positivo para o nosso município sim. Ele conseguiu colocar em dias a folha de pagamento. Ele pegou em uma situação que estava em três meses e colocou em dias e isso foi um ponto muito positivo. Mostrou que os recursos davam para fazer os pagamentos e davam para administrar. Para mim, o apoio que dei naquele momento, dei para o povo de Madalena. Porque estávamos em um momento muito difícil [...] A gente precisava daquele suspiro. Então naquele momento eu não poderia ir contra o povo, eu teria que ficar ao lado das ações que são positivas. Eu sou vereadora de oposição, mas o Eurivando já estava afastado do prefeito antes de assumir.

Madalena tem problemas graves que ainda precisam ser corrigidos. O que mais falta no município? Em que a gestão mais peca vereadora?
Madalena foi muito generosa com o prefeito. Ela deu uma boa margem de votos, ele pegou uma cidade que estava querendo algo diferente. Apenas o prefeito não conhecendo, pecou bem no início, que foi nas primeiras ações dele, que começou trazendo gente de fora para assessorá-lo. Então, pecou nessa parte. Eram pessoas que não tinham nenhum vínculo. Segundo: ele começou a fazer as compras do município fora. Temos um bom potencial no comércio local. Isso já desestruturou a economia, levou para fora o dinheiro que poderia circular dentro do município [...] E uma das coisas que acho que a gestão perdeu também foi a credibilidade.

A senhora acha que a gestão tem tempo para recuperar isso?
Isso é uma conta fechada, até porque já começaram de forma errada.

A vereadora falou da crise econômica. Poderia nominar qual pasta mais sofreu com essa crise?
Em todas as pastas a gente sabe que está havendo carência. Na área da saúde a gestão pecou demais porque deixou o nosso povo sem as necessidades básicas para serem atendidas, como medicamentos. O atendimento, a questão de médicos, os PSF’s não funcionam por completo. Temos médico hoje, no outro mês já não temos.

Ontem tivemos o terceiro ataque ao carro-forte do Ceará em Acopiara. O primeiro ocorreu aqui na região do Sertão Central, mais precisamente em Ibaretama. A senhora é comerciante e, assim como seus colegas, como tem visto essa área da Segurança Pública em Madalena? Se eleita for, o que poderá ser feito?
Ontem mesmo houve assaltos em Madalena, tinham jovens sentados na calçada e uma pessoa foi lá e assaltou esses jovens. Então hoje nós vivemos em uma total insegurança na cidade. Aqui eu não culpo os policiais que fazem o seu trabalho. O efetivo é pequeno, o apoio é pequeno. Não tem condição. Se a equipe se desloca para o interior, a sede fica descoberta. A gente sabe que isso é uma grande falha. São seis distritos, com a sede, e nós temos 65 localidades. Na área da Segurança a gente só fala da Militar, mas temos também que tratar de Polícia Civil que pode fazer um trabalho preventivo [...] o que falta mesmo é o empenho para que o gestor possa ir também ao Estado, que é o responsável, para dar apoio. Pode exigir que venha um posto da Polícia Civil para que possam ser feitos boletins de ocorrências para só assim entrar no mapa de acompanhamento de registros.

Vereadora que dissentimento é essa entre Sindicato e Gestão Municipal? O que a categoria de servidores cobra tanto?
O que a categoria cobra é respeito, e que seus direitos sejam cumpridos. O que eles querem é pagamento em dias, querem que a gestão olhe para eles com diálogo, conversando. Eles não querem impor nada. Os servidores de Madalena passaram esses três anos e meio sofrendo muito com atraso de pagamento [...] Essa briga está travada desde o início porque faltou respeito, compromisso e confiança.

Termina nesta terça-feira, 31 de maio, mais uma quadra chuvosa abaixo da média para o Ceará. Este é o quinto ano consecutivo de seca no Estado. Depois dessas ‘chuvinhas’ que trouxeram um alívio, mas que não foram suficientes, Madalena está preparada para chegar até o ano que vem sem chuva?
De forma alguma. É um tema muito preocupante essa questão da água, porque Madalena infelizmente tem passado por situações financeiras, por problemas na educação, na saúde, falta de estrada, sucateamento da frota de veículos, mas temos um problema sério que é a falta de água. Quando fazemos nossas visitas, as pessoas só pedem água e, cadê as ações do poder público? É vergonhoso dizer que no município não foi feito um poço profundo com recurso próprio, ficam só esperando pelo Estado.

A senhora tem ciência da crise que atravessa o País. Caso seja eleita prefeita já teria como dimensionar o quanto seria difícil administrar um município pequeno como Madalena? 
Eu sempre digo que não tenho medo de enfrentar nada [...] Se nós temos poucos recursos, devemos fazer um planejamento e isso foi o que faltou na administração: Planejamento. Não tem! É apenas empurrando com a barriga, e isso não funciona. Então, estou ciente da situação, sei que a população também está preocupada.

Seu grupo cogita aliança com outros pré-candidatos? Como, por exemplo, o PPS?
Somos do diálogo. Tanto estou conversando com as pessoas quando vou para uma comunidade, como também precisamos conversar com as pessoas que estão querendo o bem para nossa cidade. Acho que esse momento é o momento da conversa. Só digo uma coisa, eu só não quero conversar é com o Zarlul (Filho – prefeito atual).

Abre mão da candidatura?
Meu foco é a Madalena. Eu não tenho diálogo com o Zarlul, mas se surgir uma pessoa que tenha mais condições de fazer esse enfrentamento com a gestão, eu não sou a dona da verdade. Se alguém de posicionar melhor, é claro que a gente conversa e quem vai definir isso é o povo. Através de pesquisa vamos ter esse feedback.

Sônia ainda foi indagada sobre quem se aproxima mais da vice na sua eventual chapa e afirmou que o vereador Eurinaldo Vieira é o nome cotado. A parlamentar finalizou a entrevista pedindo paz e destacando que o momento é de um debate construtivo: “Isso não é uma guerra, e sim uma escolha democrática”.

Postado por: Jornalismo - Sistema Maior de Comunicação

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