REDIRECIONAMENTO

terça-feira, 6 de outubro de 2015

Artista argentino encanta com a sua arte “ao chapéu” nas ruas de Quixeramobim

"Quando o artista está se apresentando, o ego tem que estar lá em cima, mas quando sai do personagem, é mais uma pessoa como todas as outras".

Há uma semana, o estrangeiro Ignácio Santiago, que vem de uma família de artistas chegou à cidade e chamou bastante atenção da população. Ele conta que chegou ao Brasil há pouco mais de um ano. Saiu da Argentina de moto com um amigo, para a cidade do Rio de Janeiro, na época da Copa do Mundo de futebol. Na cidade maravilhosa, foi assaltado, tendo todos os seus pertences, incluindo seus documentos e figurinos de trabalho, roubados.
Ignácio faz um trabalho belíssimo. É palhaço, malabarista, ator, cantor, além de escrever muito bem. Ele já viajou por quase todo o Brasil e por cada lugar que passa aprende e ensina as suas artes para quem quiser e estiver disposto a aprender. Inclusive contou que viajou por todo o Rio Grande do Norte de bicicleta e quando chegou à capital cearense conheceu um garoto no sinal e ensinou a ele algumas coisas. Quando resolveu ir embora, deixou a sua bicicleta de presente para o garoto. Desprendido, o ator disse que só carrega consigo o necessário, que muitas coisas ele deixa nos lugares por onde passa.

Hermanos Trivenchi é o nome do Centro Cultural que Ignácio criou junto de seus amigos, há 15 anos. Segundo ele, na época, o circo era somente para a elite, então eles resolveram ocupar um espaço abandonado e começar a fazer arte. Hoje o circo faz parte da cultura argentina. Nesse centro eles fazem um trabalho “ao chapéu”, ou seja, você não precisa pagar para assistir aos espetáculos, você ajuda da forma que achar melhor. No Centro são ministradas aulas de arte para a população por um preço super acessível.
O Palhaço Dr. Kuatto é um dos personagens de Ignácio muito famoso na Argentina.  O artista já participou de vários festivais de teatro e de circo e também realizou eventos de dança. Quando perguntado sobre a estadia na cidade, respondeu: “Eu gosto do interior. Aqui as pessoas ficam atentas olhando meu trabalho, elas gostam de ver, as pessoas dessa cidade tem fome de cultura. Aqui não existe, a cultura de Quixeramobim está morta”, observou o artista.

Santiago ainda não tem previsão de quando vai voltar à Argentina, pois antes pretende passar por alguns lugares no Brasil . Ele contou que sente muita saudade da família, mas que ainda não chegou a hora de voltar e desabafou: “Quando eu estou no sinal vejo muitas pessoas com seus carros, celulares, e sem nada na cabeça. Para mim eles que são os pobres, não de dinheiro, mas de intelecto.”
Curiosidade

Ignácio chegou a Quixeramobim há uma semana e já foi abordado por curiosos e até mesmo pela Polícia, sob suspeita de tratar-se do argentino Leonardo Ludicello, desaparecido em Jericoacoara, cuja família está à procura. A nossa reportagem, inclusive o procurou para tirar essa dúvida, mas ao ser abordado, Ignácio logo afirmou: “ Eu não sou o Leo”.

O artista disse que já foi conduzido para verificação pela Polícia e até mesmo por integrantes do consulado argentino, que também suspeitavam de sua identidade. Segundo ele, assim como a família de Leonardo, a sua também sente sua falta, mas sabe onde ele está, pois mantêm contato sempre que pode.

Postado por: Jornalismo - Sistema Maior de Comunicação - Por Talita Machado

Um comentário :

O blog Quixeramobim Agora é uma ferramenta de informação que tem como características primordiais a imparcialidade e o respeito a liberdade de expressão.

Contudo, em virtude da grande quantidade de comentários anônimos postados por pessoas que se utilizam do anonimato muitas vezes para ferir a honra e a dignidade de outras, a opção "Anônimo" foi desativada.

Agradecemos a compreensão de todos, disponibilizando desde já um endereço de email para quem tiver interesse em enviar sugestões de matérias, críticas ou elogios: jornalismo@sistemamaior.com.br.

Cordialmente,
Departamento de jornalismo